Juliana Paes tem grandes expectativas para a novela Pantanal, na qual interpreta Maria Marruá, mãe do protagonista Juma, interpretado por Alanis Guillen. A atriz passou uma temporada no Pantanal em 2021 para capturar a narrativa de uma nova edição da extinta novela da TV Manchete, feita em 1990. O folhetim, que foi assinado por Bruno Luperi a partir da ideia inicial de Benedito Ruy Barbosa, já tem a estreia prevista para 1 de março.
“O convite veio de um jeito super inesperado: a gente estava, ainda, vivendo os efeitos de pandemia, em casa, e eu recebi uma mensagem do Rogério [Gomes, diretor artístico], nosso Papinha amado, querido. ‘Ju, queria falar com você sobre Pantanal’, e eu fiquei pensando: ‘O que será?’. Eu não fazia ideia. Sabia que já estavam produzindo, que já tinham algumas pessoas escaladas. ‘Você pode me ligar?’, ele me perguntou. Eu liguei e ele falou: ‘Sei que você veio de uma batida e tal, mas acho que já deu tempo de descansar. Eu queria muito que você fizesse a Maria Marruá’. Acho que eu não o esperei falar por mais 10 segundos. Eu disse sim. Ele falou: ‘É uma participação, porque a Maria morre no início da segunda fase'”, contou.
Viver um papel feito anteriormente por Cássia Kis, segundo a atriz, é único. “É uma personagem maravilhosa e eu sabia que tinha sido vivida pela Cássia, porque eu tenho algumas lembranças da primeira versão. Eu sou tão fã da Cássia! Já tive a oportunidade de falar isso para ela. Por isso, falei: ‘Óbvio que eu vou aceitar esse desafio’, porque quando é uma personagem que já foi vivida por alguém e por alguém de quem você é tão fã, tão apaixonado, vira um desafio em dobro. Eu me senti muito lisonjeada, desafiada e com muita vontade de fazer essa Maria Marruá.”
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RECORDAÇÕES DA PRIMEIRA VERSÃO
“Em 1990, eu tinha 11 anos, então, tenho as minhas memórias de criança, de perceber que, naquele momento [de exibição da novela], a casa dava uma parada; todo mundo parava para assistir. Acho que, talvez, movidos não só pela trama, mas pelo torpor que causava aquela linguagem diferente de assistir novela. Era um momento de contemplação. Se escutava menos gente falando e você escutava uma música tocando um tempão. Você via imagens mais extensas, o pássaro tuiuiú, o jacaré, a arara. Causava nas pessoas uma sensação diferente. Um momento de parar um pouco, suspender um pouco a fala e aguçar mais o olhar e o sentimento. Creio que esse tenha sido o grande diferencial de Pantanal: a sensação que provocava nas pessoas. Por um lado, se a gente tem um desafio em momentos em que existe tanta quantidade de informação, de aquietar um pouco a nossa mente pra contemplar um pouco mais — esse é o desafio que a gente tem como produto, como novela — , por outro lado, a gente tem mais tecnologia, tem mais definição, processos mais definidos para mostrar essas imagens.”
VIAGEM AO PANTANAL
“Quando a gente chega, tem um percurso longo pela frente. E enquanto você vai se embrenhando por dentro das fazendas e tal, vai aumentando a expectativa. ‘Ai, o que eu vou ver?!’. E aí, quando você chega, todas as expectativas são superadas, porque eu vi bichos que eu nunca tinha visto na minha vida, ouvi sons que eu não tinha escutado ainda. Fora que tem uma energia diferente — isso é o que não dá pra explicar, isso é o que não dá pra você contar. Tem que estar lá, porque o ar é diferente, o tempo é diferente, onde a vista alcança é diferente. Então, tudo isso traz para dentro da gente uma sensação diferente também, que as fotos não conseguem transmitir. Acho que, talvez, a gente com as imagens da novela consiga chegar o mais perto disso. Mas ter estado no Pantanal foi muito bom, especial demais.”
Foto Destaque: Juliana Paes no Pantanal (Foto: Reprodução/Globo)