Nesta sexta-feira (24), com a trégua temporária entre Israel e Hamas, palestinos aproveitaram a oportunidade para voltar para suas casas na Faixa de Gaza.
A pausa no conflito entre os grupos foi acordada na quarta-feira (22), e envolve algumas concessões, como a libertação de reféns sequestrados pelo grupo terrorista, libertação de prisoneiros palestinos, e um prazo prévio de quatro dias sem ataques dos dois lados. Tal cessar-fogo entrou em ação pela manhã, quando 50 reféns foram libertados na primeira leva.
Por causa dessa trégua, mesmo que supostamente temporária, uma quantidade de pessoas que estava se refugiando no sul de Gaza aproveitou a oportunidade para retornar às suas moradias – nas regiões mais ao norte que, desde outubro, o governo israelense esteve bombardeiando e ocupando com incursões de tropas militares por terra.
Destroços restantes após bombardeio da Faixa de Gaza por mais de dois meses. (Foto:reprodução/Reuters)
Relatos de palestinos
“No sul, não temos roupas, alimentos e bebidas suficientes,” disse Sofian Abu Amer, um dos palestinos que havia evacuado de Gaza há semanas, e agora retorna para buscar mantimentos. “A situação é desastrosa. É melhor que uma pessoa morra.”
Assim tem sido relatada a situação precária no sul de Gaza, para onde os palestinos foram encorajados a se refugiarem. Na cidade de Khan Younis, por exemplo, várias famílias desalojadas foram às ruas com mochilas e pertences para tentar voltar às suas moradias.
“Agora estou muito feliz, me sinto tranquilo. Vou voltar para minha casa, nossos corações estão descansados,” disse Ahmad Wael, palestino que foi deslocado por conta dos bombardeios do conflito. “Estou muito cansado de ficar sentado sem comida nem água. Lá podemos morar, tomar chá, fazer pão.”
Palestinos durante a pausa da guerra. (Foto:reprodução/BBC/Reuters)
Ajuda humanitária
Um dos termos da trégua, além da troca de reféns e prisoneiros entre Hamas e Israel, é o de que o governo israelense vai permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza, segundo informações do Catar, que vem mediando o acordo junto com o Egito. Isso significa em especial a Organização das Nações Unidas (ONU), que já confirmou sua participação.
“Agimos com base na esperança e na expectativa de que chegaremos às pessoas necessitadas, onde quer que estejam,” afirmou o porta-voz da ONU de coordenação das agências humanitárias, Jens Laerke.
Tal ação consistem principalmente em satisfazer duas prioridades: primeiro, levar mantimentos à população palestina até a parte norte do território com caminhões de carga, e segundo, estabelecer precauções para que as palestinos consigam se proteger dos bombardeios após o fim da trégua.
Foto Destaque: famílias palestinas voltam às suas casas durante a trégua. (Reprodução/Mohammed Salem/Reuters)