O preço do barril do petróleo chegou a US$ 139,00 na manhã desta quarta-feira (9), o maior patamar de preços em 14 anos e foi uma consequência direta das sanções dos EUA à importação de petróleo da Rússia. A defasagem no preço da gasolina chegou a 30% e o diesel 40% no dia de ontem, terça-feira (8).
E o que isto implicará ao consumidor brasileiro?
Como a política de paridade foi adotada pela Petrobrás em 2016 durante o governo de Temer, os preços no mercado interno se ajustariam ao mercado externo, assim, elevando o custo do combustível. Seguindo a paridade, o litro da gasolina subiria R$ 1,41 a mais, deixando o preço no valor de R$ 7,98, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
No entanto o atual momento é de incertezas, isso porque o presidente Jair Bolsonaro, visando o cenário eleitoral, indicou que não deverá repassar integralmente o valor dos combustíveis. O governo está analisando dois caminhos possíveis para limitar a alta do preço: congelando por até seis meses, assim deixando a conta para a Petrobrás, que teria margens menores por vender combustível mais barato que o valor de importação.
O momento atual do preço do petróleo em solo brasileiro é de incerteza. (Foto: Reprodução/Agência Brasil).
Um segundo caminho seria o subsidio do Tesouro Nacional, que usariam os recursos dos dividendos pagos pela Petrobrás à União. A distribuição de dividendos foi a maior da história em fevereiro, quando a empresa anunciou a distribuição de R$ 101,4 bilhões em dividendos, destinando 28% destes valores à União.
Os dois caminhos desagradam o mercado, visto que os congelamentos penalizariam não só a Petrobrás, mas também seus acionistas e o subsidio impactaria o equilíbrio das contas públicas negativamente.
“Um barril que se aproxima dos US$ 150 é um grande desafio para a Petrobras, porque, para ela, o petróleo é parte dos custos. Quanto mais alto o preço do barril do petróleo e ela não conseguir repassar esses preços ao consumidor, menor se tornam as suas margens“, declarou Alê Delara, sócio-diretor da corretora de commodities Pine.
Desde o governo Dilma Rousseff o controle de preços não é aplicado no Brasil. Este artificio foi usado como forma de mitigar a inflação, mas causou grandes prejuízos à Petrobrás. Já em 2018, o modelo de paridade passou a ser questionado durante a greve dos caminhoneiros, mas na ocasião o governo optou pelo subsidio temporário do diesel com desembolso de R$ 4,8 bilhões.
Foto destaque: reprodução/ Moneytimes