50 anos do incêndio no Edifício Joelma: tragédia que marcou São Paulo

Pedro Ramos Por Pedro Ramos
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As chamas começaram no 12º andar do Edifício Joelma originadas de um curto-circuito no sistema de refrigeração (Reprodução/Agência Brasil)

Numa manhã de sexta-feira, sob uma fina chuva, São Paulo testemunhou, horrorizada, seu mais devastador incêndio em 1º de fevereiro de 1974. Do topo do Edifício Joelma, pessoas lançavam-se no vazio para escapar das chamas, enquanto os bombeiros enfrentavam a batalha contra o fogo por mais de 10 horas.

Mesmo com os esforços heroicos, o incêndio resultou em 187 vidas perdidas, mais de 300 feridos e a persistente lembrança de algumas das cenas mais dramáticas na história da capital paulista.

O Edifício Joelma, situado no cruzamento da Avenida Nove de Julho com a Praça da Bandeira e a Rua Santo Antônio, representa um dos imponentes colossos de concreto que contribuíram para transformar São Paulo numa das metrópoles mais impressionantes do mundo.

Naquele início de 1974, aproximadamente mil colaboradores do Banco Crefisul ocupavam os 25 andares do edifício, que seria tragado pelas chamas de maneira rápida e avassaladora.

Início do Incêndio


O incêndio teve origem no sistema de ar-condicionado de um escritório no 12º andar, propagando-se rapidamente por cortinas e carpetes (Foto: Reprodução/Agência Brasil)

Era por volta das 8h45 quando o Edifício Joelma começou a ser consumido pelo fogo. Ventos fortes contribuíram para a rápida propagação das chamas, transformando um local de trabalho em palco de desespero e tragédia.

O incêndio, originado no 12º andar devido a um curto-circuito no sistema de refrigeração do Banco Crefisul, causou a morte de 181 pessoas e deixou mais de 300 feridos. A falta de segurança do prédio e as condições climáticas adversas agravaram a situação, deixando um legado de dor e tristes lembranças.

Busca por justiça

Adriano Dolph, jornalista e autor de “Fevereiro em Chamas”, dedicou-se a buscar a verdade por trás dos números. Documentos oficiais do IML, do Cemitério do Vila Alpina, processos criminais e registros históricos foram peças fundamentais para reconstruir a história e garantir que as vítimas não fossem esquecidas.

Dolph destaca a batalha travada pelo reconhecimento da responsabilidade do Crefisul no desastre. O banco, que inicialmente resistiu às indenizações, foi obrigado, após cinco anos de disputas judiciais, a reparar parte dos danos causados.

Julgamentos e condenações

No âmbito criminal, cinco indivíduos foram responsabilizados pelo incêndio. Kiril Petrov, engenheiro responsável, foi condenado a três anos de prisão. Eletricistas e o proprietário da empresa Termoclima também enfrentaram a justiça, mas as penas foram reduzidas em apelação.

Medidas tomadas

Após a tragédia, o laudo pericial do Instituto de Polícia Técnica referente ao incêndio foi finalizado em março de 1974, dando início a um renovado debate sobre a revisão do Código de Obras de São Paulo. Em vigor desde 1934, o código nunca havia sido submetido a uma análise que o ajustasse às novas condições urbanas e aprimorasse seu sistema de prevenção e combate a incêndios.

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