Para a Semana de Moda de Paris, que começou na última terça-feira (27), Maria Grazia Chiuri se inspirou no início do prêt-à-porter da grife nos anos 1960. Por isso o desfile contou com peças tais como: saias, jaquetas e trench coats com o nome da maison estampado, resgate da animal print de oncinha e botas gladiadoras.
Maria Grazia Chiuri resgata a Miss Dior
Quando as mulheres buscavam a autonomia no mercado de trabalho, a Miss Dior surgiu para falar com um novo público-alvo, mulheres mais jovens e modernas do que suas clientes habituais. Em 1967, o diretor de criação da Dior na época, Marc Bohan e seu assistente Philippe Guibourgé criaram a Miss Dior como uma espécie de segunda marca, mais moderna e mais acessível, marcando a entrada da grife na era do prêt-à-porter.
Diretamente dos anos 1960, Chiuri levou para a passarela minissaias, meias-calças, blusa de gola alta e jaquetas de lã felpudas. Boa parte das peças apresentadas eram em tons neutros como: bege, branco, cinza e preto, mas tivemos também o retorno do animal print – estampa de oncinha na passarela – além de padrões geométricos.
Minissaia e estampa de oncinha no desfile Dior (Foto: reprodução/Instagram/@dior)
Maison Dior traz de volta as peças com slogans
No desfile primavera/verão 2017, a Dior levou às passarelas uma camiseta com o slogan “we should all be feminist” (nós todos deveríamos ser feministas). Em 2018, foi a vez da estampa “why have there been no great women artists” (uma alusão ao ensaio de 1971, Por que não houve grandes artistas mulheres? da historiadora de arte americana Linda Nochlin).
Nesta temporada, os prints retornaram com maxi estampas das palavras Miss Dior como referências aos cartazes com frases de protestos feitos por estudantes francesas nas marcas de 1968. Outra referência sessentista é a artista italiana Gabriela Crespi, que era a musa de Marc Bohan, personificando a mulher independente da época.
Saia com slogan Miss Dior (Vídeo: reprodução/Instagram/@dior)
O cenário ficou a cargo da artista indiana Shakuntala Kulkarni, que usou armaduras de junco, simbolizando a restrição do corpo feminino nos espaços públicos.