Paris 2024 testemunhará a mais ampla participação feminina em um século. Durante a semana do Dia Internacional das Mulheres, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que, pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, haverá um equilíbrio entre as vagas destinadas a mulheres e homens.
Cotas de gêneros igualitárias nos Jogos de Paris
Em 1924, nos Jogos Olímpicos de Paris, apenas 135 mulheres entre 3.089 atletas puderam competir no maior evento esportivo global. Após uma longa jornada e mais de cem anos desde a instituição do Dia Internacional das Mulheres, o COI declarou que, pela primeira vez na história olímpica, as cotas de vagas para Paris 2024 serão igualitárias em termos de gênero.
Nos Jogos de 1924, a participação feminina brasileira foi inexistente, com apenas doze atletas masculinos competindo em três modalidades. Em contraste, Maria Lenk, nadadora brasileira, tornou-se a primeira atleta do Brasil a competir nos Jogos em 1932, em Los Angeles. Há cem anos, a maioria dos esportes olímpicos era praticada exclusivamente por homens. Para promover a igualdade de gênero nos Jogos, 28 das 32 modalidades programadas para Paris 2024 incluirão competições tanto masculinas quanto femininas.
Embora as Olimpíadas tenham sido inauguradas em 1896, em Atenas, foi somente em 1900, em Paris, que uma mulher, a suíça Hélène de Pourtalès, competiu no evento, conquistando medalhas de ouro e prata na vela. Em 1924, quando Paris sediou os Jogos pela segunda vez, apenas 13 atletas femininas participaram, em comparação com 2.954 atletas masculinos.
Em 1991, o COI estabeleceu que todos os novos esportes olímpicos deveriam ter representação feminina obrigatória. Em 1996, as Olimpíadas de Atlanta marcaram um marco histórico na representatividade feminina, com a estréia do futebol feminino, além do vôlei de praia e ciclismo de montanha, todas incluindo provas femininas desde o início, conforme as diretrizes do COI.
Presença feminina
Nas últimas dez décadas, a presença feminina nas Olimpíadas aumentou mais de quarenta vezes. O ativismo feminista, tanto global quanto no âmbito esportivo, incluindo a crescente participação das mulheres no Movimento Olímpico, impulsionou o aumento gradual do número de atletas femininas nas competições, culminando na igualdade de 50/50 esperada para 2024.
Das provas com distribuição de medalhas, 152 serão femininas, 157 masculinas e 20 mistas, representando mais da metade de todas as provas com Participação feminina. Até agora, o Brasil conquistou 162 vagas para Paris 2024, distribuídas em 29 esportes, com 100 vagas para mulheres, 47 para homens e 15 sem designação de gênero.
Presença brasileira nos jogos
O Brasil está experimentando seu auge no esporte feminino, com atletas como Rebeca Andrade (ginástica artística), Beatriz Ferreira (boxe), Ana Patrícia e Duda(vôlei de praia), Rayssa Leal (skate) e Mayra Aguiar (judô) apontadas como as melhores chances de ouro do país para Paris 2024.
Nos Jogos Pan-Americanos de 2023, as mulheres lideraram a campanha brasileira, conquistando a maioria das medalhas de ouro e do total de medalhas. A ginástica rítmica foi especialmente destacada, vencendo todas as oito medalhas de ouro em disputa, cinco individuais e três por equipe.
Em 1924, a nadadora norte-americana Mariechen Wehselaun estabeleceu o recorde mundial nos 100m livre, com 1min12s. Atualmente, esse recorde pertence à sueca Sarah Sjoestroem, com 51s71. Outra nadadora dos Estados Unidos, Martha Norelius, completou os 400m livre em 6min02s há cem anos, um tempo reduzido quase pela metade desde então, com a australiana Ariarne Titmus registrando 3min55s38 no Mundial de Fukuoka.