Nesta quinta-feira (28), a autoridade ucraniana local afirmou que o governo de Kiev (capital da Ucrânia) vai reforçar a sua segurança após nova onda de ataques russos utilizando mísseis balísticos. A ofensiva tem como alvo o sistema de energia do país, desde a semana passada, e parece representar uma “vingança” contra bombardeios que Kiev promoveu nas regiões russas.
“Peço aos moradores de Kiev que permaneçam calmos. Não entrem em pânico. Estamos usando medidas preventivas para que Kiev e seus residentes sejam defendidos de forma confiável,” afirmou Serhiy Popko, chefe da administração militar de Kiev, no Telegram.
Além disso, também foi confirmado que o conselho de defesa da cidade vai aumentar a segurança em torno de reuniões e avaliar o risco de eventos públicos. Outra preocupação é a de que agentes russos e “outros elementos inimigos” possam estar tentando infiltrar na cidade.
Geopolítica
Devido à ameaça russa, a Ucrânia logo está novamente requisitando o apoio de países aliados do Ocidente, principalmente no fornecimento de sistemas de defesa e munições que poderiam interceptar os mísseis balísticos da Rússia. No entanto, tanto os Estados Unidos quanto a União Europeia estão limitados por fatores importantes: as suas próprias economias, e o ano de eleição.
Nos EUA, a disputa política pode ser observada até mesmo em casos como o do conflito de Israel e Hamas, que levou o país a ser acusado de abusar de seus poderes no Conselho de Segurança da ONU para favorecer seus próprio interesses em vez da resolução do conflito. Já na Europa, a questão do fornecimento de armas à Ucrânia chegou a ser frustrado por causa do mercado de grãos.
De fato, uma das pautas dos fazendeiros europeus que recentemente se manifestaram pelo bloco, além de irem contra às regulações de sustentabilidade da União, também reclamaram da invasão de produtos ucranianos em seus países. Estes grãos e cereais, precarizados, baratos, e desregulados, facilmente superavam a competição europeia, atrapalhando a produção nacional de países como a Polônia, que parou de fornecer armamentos à Ucrânia.
Terror
Do outro lado do conflito, a Rússia está novamente movimentada para escalar o conflito, e com sentimento elevado. Em grande parte, isso ocorre por causa do ataque terrorista que ocorreu em Moscou na outra sexta-feira (22), o qual embora tenha sido reivindicado pelo Estado Islâmico, foi cooptado por outras narrativas.
“Pensamos que a ação foi preparada por islamistas radicais e que, claro, foi facilitada pelos serviços especiais ocidentais, e que os serviços especiais ucranianos estão diretamente envolvidos,” disse Alexander Bortnikov, chefe do serviço de segurança russo, e Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia, concordou. “Obviamente foi a Ucrânia.”
No total, 143 russos faleceram devido ao ataque terrorista. Nesta quarta-feira (27), ataques russos à Kharkiv deixaram quatro mortos e trinta feridos na região. Em resposta, o presidente ucraniano Volodimir Zelensky requisitou caças F-16. Em resposta a isso, Vladimir Putin afirmou que vai abater os jatos caso sejam fornecidos pela Otan.
Nenhum dos dois países divulgou o número oficial de mortos, mas estimativas da inteligência dos Estados Unidos afirmam que pode ser até 700 mil perdas até o momento, somando os dois lados do conflito.