A apresentadora Ana Maria Braga, que completou 75 anos no dia 1 de abril, foi a convidada do podcast Bom Dia, Obvious, disponível no Globoplay, nesta segunda-feira (8). Ana Maria fez diversas reflexões sobre sua vida, conforto, tanto no sentido comodidade, quanto no sentido de bem-estar e sobre o medo do envelhecimento.
Conforto
Ana Maria fala sobre o momento em sua vida que morou em um pensionato em São José do Rio Preto quando cursou Ciências Biológicas na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). A apresentadora reflete sobre este período de sua vida e diz que na época dividia um guarda-roupa com quatro colegas de quarto:
“Conforto era saber que ninguém tinha pegado uma camiseta que eu fosse usar”
“Conforto é de dentro para fora, estando fisicamente saudável, sem dor alguma, tenho que estar confortável com minha cabeça. Conforto é o bem estar que você tem com suas decisões”
Prazer no seu trabalho
Antes de ser apresentadora, Ana Maria foi auxiliar de enfermagem e tinha o sonho de ser uma zoologa especializada em répteis e anfíbios. Mas nenhum desses trabalhos ou sonhos se comparou ao seu maior gosto que é ser apresentadora.Ela fez a seguinte reflexão:
Sempre disse aos meus filhos: ‘Vocês não têm que fazer uma faculdade, por ser moda ou porque vão ganhar dinheiro com isso. Devem fazer o que gostam, seja o que for’. Se você gostar do que faz, não será trabalho, será diversão. Acho um grande prazer fazer o que faço. Não me cansa e nem me deixa estressada, porque trabalho com o que gosto.”
O aprendizado no fracasso
A apresentadora contou em sua entrevista que vê o fracasso como uma chance de aprendizado. Na conversa, ela diz que se martirizar pelos seus erros é uma perda de energia e o melhor é pensar sobre o que faria de diferente se passasse por isso de novo. “Não estou dizendo que minha vida foi uma série de sucessos, teve pinga que tomei e tombo que levei”, brincou a apresentadora, destacando também seus términos de relacionamentos.
“Nunca dá errado por culpa de uma pessoa só. Você tem que olhar o que fez para isso acontecer. Ninguém faz nada por nós. Como posso sair dessa melhor? Tentar mudar o padrão e gostar de nós mesmos”, aconselhou. “Era carente de estar acompanhada. Aprendi que tinha que viver sozinha um tempo e entendi que era tão divertido assim. Quando passei a gostar de mim, a vida ficou mais fácil”.
Aprendendo a rir de si mesma
Ana Maria diz que se diverte quando vira meme, comentando que nada é planejado, que as coisas apenas ocorrem de forma natural. A apresentadora relembrou o episódio da sua queda na cadeira em seu programa no ano de 2010, e ao risos, fala sobre o quanto sua inquietude afetou sua queda:
“Aquele da cadeira de três pés, por exemplo. Alguém faz um negócio para você vir aqui sentar comigo, porque é bonito. Nunca vi cadeira de três pés ser bonita. Como faz? Eu me mexo, sou inquieta, então caí da cadeira”
Medo de envelhecer
Após ser diagnosticada com câncer quatro vezes, fez com que a apresentadora enxergasse a morte e o mundo de outra forma. Ela declarou que toda vez que entra no estúdio, pensa que pode ser seu último programa e reforça a gratidão por estar viva. “Quando entro no estúdio, me digo assim: ‘Hoje pode ser o último dia que faço esse programa’. Quando você tem certeza da finitude e é real, tem quase data para morrer, e supera isso, muda não só fisicamente, tem uma chavinha que diz: ‘É tão bom estar aqui’, reflete a apresentadora.
Por fim, a apresentadora reflete sobre seu envelhecimento, destacando que não se amargura com isso e não tem vergonha de suas rugas, na verdade gosta muito delas. Ela conclui dizendo que está aprendendo a aceitar o que idade tem a oferecer e diz que não tem vergonha de ser feliz.