Doença de Chagas pode ser detectada por meio de inteligência artificial com celular

Julia Cabrero Por Julia Cabrero
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A doença de chagas é uma doença infecciosa causada por um parasita encontrado nas fezes do inseto barbeiro. Ela é comum em locais onde o inseto triatomíneo (barbeiro) é encontrado, como América do Sul e América Central. Ele é o responsável pela transmissão do protozoário Trypanosoma cruzi ao homem. Ela pode se apresentar de forma leve, causando inchaço e febre, ou pode durar muito tempo causando bastante desconforto. Se não for tratada, pode causar insuficiência cardíaca congestiva.

Para o tramando, são utilizados medicamentos que têm como objetivo matar o protozoário causador da doença e impedir sua reprodução, para que assim,  possa regredir. O mesmo medicamento pode ser usado na fase crônica, mas as chances de recuperação são menores. Com isso, quem contrai essa doença crônica precisa de um acompanhamento médico constante, para impedir que a condição evolua ou traga novos sintomas para o paciente.


(Foto: Reprodução/Shutterstock)


Entretanto, surgiu um método de detecção mais rápido e tecnológico. Um grupo de pesquisadores sob a coordenação do imunologista Helder Nakaya e do cientista Mauro César Cafundó de Morais publicou o resultado de um estudo mostrando ser possível usar inteligência artificial para detectar o Trypanosoma cruzi (protozoário causador da doença de Chagas) em imagens de amostras de sangue obtidas com celular e analisadas em microscópio óptico.

Criou-se um algoritmo para detecção e contagem de tripomastigotas do Trypanosoma cruzi em imagens adquiridas com a câmera de telefone celular. E está disponível em artigo publicado pela revista científica PeerJ. Essa nova descoberta recebeu apoio de diversos profissionais, desde biologia até matemática, inclusive da Fapesp e está aberta para que a comunidade científica contribua com dados e recursos.

“A ideia é gerar imagem e analisá-la em microscópio que possa ser enviado a lugares remotos do Brasil para o próprio aplicativo dizer se é ou não doença de Chagas. Por isso é importante termos também um microscópio robusto e de baixo custo que possa automaticamente coletar as imagens”. Explica  Nakaya.

 

Foto Destaque: Reprodução/Drauzio Varella

 

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