O mês de junho é dedicado à conscientização sobre a infertilidade. Esse problema de saúde afeta milhões de pessoas de idades variadas. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 48 milhões de casais e 186 milhões de pessoas sofrem com essa dificuldade para a geração de crianças.
Os fatores nas mulheres que podem causar a infertilidade são: processo de ovulação, problemas no útero, sequelas de infecções, idade mais avançada, tabagismo e estar fora do peso ideal. Mesmo que a relação entre obesidade e infertilidade seja conhecida, não há uma explicação dos cientistas sobre como a obesidade interfere na gestação.
A ovulação é quando há a liberação do óvulo, uma fase do ciclo menstrual que marca o momento de maior fertilidade da mulher e segundo a ginecologista do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, Silvana Chedid Grieco, a Síndrome dos Ovários Policísticos comprometem a ovulação. “Essa síndrome é quando os ovários da mulher estão grandes pela presença de múltiplos microcistos que prejudicam a ovulação, aí a mulher não consegue ovular e sofre mais para engravidar”.
As causas específicas dessa síndrome ainda não são conhecidas, mas ela ocorre principalmente em mulheres de idade entre 30 e 40 anos. Outro problema que pode prejudicar é a endometriose, que é a inflamação provocada pelo surgimento de células que revestem o tecido do útero. Além desses problemas, as sequelas por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) podem provocar a infertilidade, como é o caso da Clamídia, que é: “a inflamação nas trompas uterinas da mulher, que quando ficam doentes, criam um líquido que atrapalham a reprodução”, explica a médica ginecologista da clínica de saúde feminina Oya Care, Natália Ramos Seixas.
Foto: Casal que sofre com a infertilidade (Reprodução: SEGS/ Saúde)
Segundo Silvana, precisa ser reforçado que o uso de métodos anticoncepcionais como: pílula, o dispositivo intrauterino (DIU), injeções anticoncepcionais, implantes, preservativos ou diafragma não são causadores da infertilidade nas mulheres. Outro ponto ressaltado pela médica é que a recomendação médica seja para que as mulheres engravidem antes dos 35 anos ou fazem o congelamento dos óvulos, pois: “Até 35 anos, a curva de número de óvulos x bebês nascidos vivos se mantém quase estável. Depois dessa idade a quantidade e qualidade dos óvulos cai exponencialmente”, explica.
Já nos homens, os fatores como hormonais, genéticos e infecciosos podem causar a infertilidade. A diminuição da quantidade ou mobilidade dos espermatozoides e o formato diferente podem impactar negativamente e causar a infertilidade. Para esse problema existe um exame, o espermograma, que pode detectar a quantidade, concentração mobilidade e formato dos gametas masculinos. Outro fator negativo é a varicocele, que é a dilatação das veias do testículo. Essa dilatação ocorre pelo aumento da temperatura dos testículos e prejudica na formação dos espermatozoides.
Para a prevenção sobre a infertilidade, é válido fazer um acompanhamento com ginecologista para saber sobre saúde da mulher desde sua adolescência. Fora isso, realizar exames preventivos, abordando todos os fatores de risco para a infertilidade. O diagnóstico precoce pode se dar por meio de um exame, capaz de avaliar a reserva ovariana, como um “marcador” de fertilidade da mulher.
Segundo Natália: “Com o hormônio chamado Anti-mulleriano, temos uma noção sobre a quantidade dessa reserva ou do estoque de óvulos da pessoa com ovário. Assim analisamos os riscos com antecedentes médicos e mais um exame de sangue hormonal”, explica a ginecologista.
Alguns avanços na medicina como o coito programado, que é o controle da ovulação da mulher e recomendação para as relações sexuais no período de maior probabilidade de gravidez, a fertilização in vitro, processo em que o médico coloca o esperma do homem dentro do útero da mulher e o congelamento dos óvulos femininos ajudam no processo de reprodução do casal.
Foto Destaque: Casal segurando um teste de gravidez. Reprodução: Gazeta do Povo/ Equipe Sempre Família
