Nesta sexta-feira (3), a Rússia declarou que qualquer ação agressiva contra a Crimeia não só estará fadada ao fracasso, mas também será recebida com um devastador ataque de vingança. Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, apresentou publicações de autoridades ucranianas e de países da União Europeia, sugerindo que Kiev atacaria a Ponte.
Moscou acredita que os Estados Unidos teriam doado sistemas de mísseis guiados de longo alcance para Ucrânia. Com esse armamento, os ucranianos estariam planejando um ataque à ponte no dia 9 de maio, data em que a Rússia comemora a vitória da União Soviética contra a Alemanha, na Segunda Guerra Mundial.
Tudo começou no século XVIII
A Crimeia pertencia ao Império Russo, e depois à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (1783 a 1954). Então, Moscou deu-a de presente para Ucrânia. Em 2014, A Rússia tomou e anexou de volta a Crimeia. Os Ucranianos têm demonstrado que consideram ilegal a construção da ponte rodoviária e ferroviária. Eles querem a Crimeia de volta.
Ponte da Crimeia (Foto: reprodução/Stringer/AFP/Getty Images embed)
Conforme Zakharova, David Cameron, secretário de Relações Exteriores britânico, havia dito que a Ucrânia tinha o direito de usar armas fornecidas pelo Reino Unido para atingir alvos dentro da Rússia, na última quinta-feira. Para ela, isso é uma comprovação de que o Ocidente estaria travando uma guerra híbrida contra Moscou.
A Crimeia tem muito a oferecer
A Crimeia tem uma posição geográfica privilegiada. Ela é uma via de acesso ao mar Negro a partir do mar de Azov, o qual banha parte da Ucrânia e o sudoeste do território russo. É uma área de águas quentes, favorecendo o transporte marítimo para fins comerciais, além de ser base de defesa territorial russa.
É, também, uma região de grande produção de grãos, alimentos e bebidas como o vinho. Os portos marítimos são ainda responsáveis pelo escoamento e distribuição de parte da produção agropecuária dos países vizinhos para outras nações europeias. Além disso, são utilizados para a importação de mercadorias e matérias-primas, principalmente pela Ucrânia.
O conflito entre os países não começou agora. Vem de um passado não muito distante. Abrange aspectos étnico-culturais da população que vive na Crimeia, assim como a importância estratégica que a península apresenta para a Rússia e a Ucrânia, e também para a região na totalidade.