Brasil será palco da Copa do Mundo Feminina de 2027

Alanis Zamengo Por Alanis Zamengo
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Foto destaque: Gianni Infantino anunciando que o Brasil será a sede da Copa do Mundo Feminina de 2027 (reprodução/Getty Images Embed)

Em uma votação realizada nesta sexta-feira (17), durante o Congresso da FIFA em Bangkok, na Tailândia, o Brasil foi selecionado como o país anfitrião da Copa do Mundo Feminina de 2027. A candidatura brasileira superou a proposta europeia, formada por Holanda, Alemanha e Bélgica, com 119 votos contra 78.

A décima edição da Copa do Mundo Feminina será a primeira a ser realizada na América do Sul. Com o Brasil como país-sede, a seleção brasileira já tem vaga garantida no torneio. Os outros nove países da Conmebol disputarão três vagas. O Mundial de 2027 será o segundo a contar com 32 seleções, mantendo o formato da Copa do Mundo de 2023, que teve a Espanha como campeã.

Gianni Infantino, presidente da FIFA, parabenizou o Brasil e expressou seu desejo de organizar a melhor Copa do Mundo da história. Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, emocionado, elogiou o trabalho das mulheres que integram o comitê de candidatura.

Rodrigues também destacou a tragédia causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul e prometeu a construção de um centro de desenvolvimento feminino no estado.

Avaliação técnica e fatores decisivos

O Brasil se destacou na avaliação técnica das candidaturas para a Copa do Mundo Feminina de 2027, superando seus concorrentes europeus. Conforme o relatório publicado pela FIFA dez dias antes da votação, a proposta brasileira recebeu uma nota 4 em uma escala de 1 a 5, enquanto a candidatura europeia alcançou 3,7.

Diversos fatores foram cruciais para que a candidatura brasileira obtivesse uma avaliação superior na disputa pela sede da competição. Entre eles, a qualidade dos estádios, a infraestrutura de hospedagem e os locais propostos para a organização do Fan Festival. O apoio explícito do governo brasileiro também desempenhou um papel determinante. A vitória do Brasil foi celebrada nas redes sociais por Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol.



Escolha inédita pelo Congresso da FIFA

Pela primeira vez na história, a sede da Copa do Mundo Feminina foi escolhida pelo Congresso da FIFA, permitindo a participação de todas as 211 associações nacionais de futebol. Nesta votação, 207 votos foram contabilizados, já que os países candidatos não puderam votar. Anteriormente, a decisão era tomada pelo Conselho da FIFA, composto por apenas 36 membros.

Antes da votação, cada candidatura teve 15 minutos para apresentar seus argumentos e tentar conquistar eleitores. A campanha europeia destacou a compactação logística de sua proposta, ressaltando que a organização da Copa seria “a mais compacta”, com curtos deslocamentos entre cidades-sede.

“Teremos menos de três horas de deslocamento entra as cidades, de trem ou ônibus. O que é melhor para times, jogadores, árbitros, mídia e torcedores”, afirmou Bernd Neuendorf, presidente da Federação Alemã de Futebol.

A candidatura brasileira foi apresentada pela influencer Duda Pavão, que enfatizou o compromisso com o futuro do futebol feminino. A apresentação destacou o potencial de crescimento e desenvolvimento do esporte no Brasil e na América do Sul, atraindo a atenção dos eleitores para a inovação e o progresso na modalidade.

“Mais do que uma localização, uma sede, vocês vão escolher o futuro. Eu sugiro que vocês olhem para o lugar onde a Copa do Mundo Feminina nunca foi disputada antes” declarou Duda enquanto interagia com Iara, uma personagem de IA criada para ajudar na apresentação.

Enquanto a candidatura europeia trouxe ao palco figuras como o ex-craque holandês Clarence Seedorf, a ex-jogadora alemã Nia Künzer e a zagueira belga Estée D’Hoodge, o Brasil destacou a lendária Marta como sua principal embaixadora. Seis vezes eleita como melhor jogadora do mundo pela FIFA, Marta enviou uma mensagem de apoio ao projeto, que foi exibida no telão para os participantes do Congresso, reforçando a força e o prestígio da candidatura do país.


https://twitter.com/mart_fern/status/1791349135750365499?t=OOSReYKRv8Hhk0Ar_a7Ktg&s=19

Histórico das sedes de Copa do Mundo Feminina

  • 1991 – China
  • 1995 – Suécia
  • 1999 – Estados Unidos
  • 2003 – Estados Unidos
  • 2007 – China
  • 2011 – Alemanha
  • 2015 – Canadá
  • 2019 – França
  • 2023 – Austrália e Nova Zelândia
  • 2027 – Brasil

Local e data

Após a definição do Brasil como sede da Copa do Mundo Feminina, a FIFA planeja abrir uma subsidiária no país para iniciar os preparativos do evento. Diferentemente da Copa do Mundo de 2014, não será estabelecido um Comitê Organizador Local (COL).

A proposta brasileira, vitoriosa na eleição, tem a expectativa de usar dez estádios para a realização do torneio, sendo eles:

  • Beira-Rio – Porto Alegre
  • Arena Corinthians – São Paulo
  • Maracanã – Rio de Janeiro
  • Mineirão – Belo Horizonte
  • Fonte Nova – Salvador
  • Arena Pernambuco – Recife
  • Arena Castelão – Fortaleza
  • Arena Amazonas – Manaus
  • Arena Pantanal – Cuiabá
  • Mané Garrincha – Brasília

Está previsto que a partida de abertura da Copa seja realizada no dia 24 de junho, uma quinta-feira, com a grande final agendada para o dia 25 de julho, em um domingo, ambas no Maracanã. As semifinais estão planejadas para serem disputadas em Brasília e São Paulo, enquanto o confronto pelo terceiro lugar está programado para acontecer em Belo Horizonte. No entanto, todas essas determinações estão sujeitas à aprovação final da FIFA, que será realizada após a estrutura de organização do evento ser estabelecida.

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