O ex-BBB, humorista e influenciador conhecido como Nego Di é alvo de uma operação do Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul nesta sexta-feira (12). Dilson Alves da Silva Neto é investigado por suspeita de lavagem de dinheiro, especificamente de cerca de R$ 2 milhões provenientes de rifas virtuais, conforme o próprio MP.
Operações e prisões
Gabriela Sousa é esposa do influenciador e foi presa em flagrante pelo porte de uma arma não registrada e de uso restrito para as Forças Armadas. Os advogados do casal afirmaram em nota que não tiveram nenhum acesso aos autos do inquérito expedido contra eles. Eles adicionaram ainda que “os investigados serão provados inocentes em um momento mais oportuno”.
A investigação tem o casal como alvo e busca apurar a suspeita de terem lavado R$ 2 milhões adquiridos através da promoção de rifas virtuais em seus perfis em plataformas digitais que, segundo o Ministério Público, são ilegais. Os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nesta sexta-feira (12), na região do litoral catarinense.
Apesar de o Ministério Público não ter divulgado a identidade dos alvos da operação, a reportagem do portal g1 confirmou que se tratava de Nego Di e sua esposa.
Flávio Duarte é o promotor de justiça responsável pelo andamento da investigação e, segundo ele, dois veículos de luxo foram retidos pelo MP, bem como a arma de uso restrito. Gabriela Sousa também foi presa.
As buscas têm como principal objetivo encontrar documentos, mídias sociais, celulares e objetos que auxiliem a se ter uma dimensão precisa de quais crimes foram praticados e os valores arrecadados pelo casal.
Por fim, o MP também conseguiu da Justiça o bloqueio dos valores e a indisponibilidade dos bens de ambos os investigados e terceiros que possam estar vinculados aos fatos apurados.
Esquema das rifas
Dilson Alves da Silva Neto nasceu em Porto Alegre e em 2021 participou do Big Brother Brasil (BBB21) como Nego Di. O humorista entrou como integrante do grupo Camarote (preenchido por pessoas conhecidas pelo público), afinal, já era reconhecido como comediante e influenciador digital. Ele foi o terceiro eliminado do programa, com 98,76% dos votos favoráveis a sua eliminação.
Desde então, Nego Di passou a promover rifas em redes sociais que diziam em seu regulamento: “quem comprar mais números” ganharia o prêmio. Com isso, o MP passou a investigar a prática e motivou a operação contra ele e sua companheira.
O influenciador já tem um histórico de sanções da Justiça do RS por divulgar fake news em suas redes sociais e, mediante, uma decisão do Tribunal de Justiça, foi obrigado a apagar as publicações falsas que tinha feito a respeito das enchentes.
As notícias que ele divulgava eram de que as autoridades gaúchas estavam impedindo barcos e jet skis de propriedade privada de salvarem pessoas e animais na região de Canoas, em Porto Alegre, por não possuírem habilitação de condutor.
Ele ainda compartilhou imagens que mostravam cadáveres boiando dando a entender que se tratavam das enchentes, entretanto, eram de uma inundação que aconteceu no Rio de Janeiro.
Além de ser obrigado a excluir as publicações, a Justiça também proibiu Nego Di de voltar a postar informações mentirosas sob possível pena de multa no valor de R$ 100 mil.