Israel convoca primeiros ultraortodoxos para as Forças Armadas após decisão controversa

Laura Galdino Por Laura Galdino
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Foto destaque: Homens ultraortodoxos protestam contra decisão da Suprema Corte que os obriga a se alistarem no Exército em 30 de junho de 2024 (Reprodução/Mahmoud Illean/AP Photo)

O governo israelense anunciou que irá começar a convocação de jovens ultraortodoxos para o serviço militar, a começar no próximo domingo (21). Alguns acreditam que essa decisão pode enfraquecer a coalizão responsável por manter Benjamin Netanyahu no poder como primeiro-ministro de Israel.

Decisão histórica

Resultante de um descontentamento da população, o Supremo Tribunal do país resolveu por convocar os jovens religiosos a se alistarem para o serviço militar, uma vez que, por um acordo político, esses homens estavam isentos do recrutamento obrigatório para o restante dos homens judeus.

Essas isenções causaram ressentimento entre alguns israelenses, especialmente porque já se passaram 9 meses desde o início da guerra contra o Hamas em Gaza e, milhares de homens participaram e participam desse confronto direto.

Agora, inicia-se o processo de convocação pelas Forças Armadas e é um longo processo que pode durar meses e que, ainda pode ter mais uma dificuldade: a adesão dos religiosos em acatar a decisão do Supremo Tribunal. Ainda não foi divulgado quando os ortodoxos deverão começar a servir e nem quantos serão necessários.


Homens ultraordoxos não estão mais isentos e deverão se alistar no Exército (Vídeo: reprodução/Youtube/UOL)

Discriminação ou liberdade religiosa?

O Supremo declarou que o sistema que fornecia a isenção a homens religiosos estudarem em seminários judaicos enquanto os demais homens eram forçados a servir para as Forças de Defesa de Israel (FDI), era discriminatório.

Em contrapartida, os líderes religiosos ultraortodoxos defendem que os estudos religiosos são tão importantes para o futuro do país quanto o serviço militar e que, o estilo de vida levado por gerações anteriores pode estar ameaçado caso os seguidores jovens precisem se alistar.

Conflito de interesses

O problema é que a coalizão que mantém Netanyahu no governo é diretamente dependente de partidos ultraortodoxos que deixam claro seu descontentamento com a decisão. Eles ainda não deixaram claro qual será o próximo passo e, caso optem por quebrarem a coligação governante, será necessário antecipar as eleições em dois anos antes do previsto.

Os homens ortodoxos já se manifestaram contra a decisão com protestos em massas nessas comunidades religiosas, bloquearam estradas principais e houveram até mesmo prisões. Desde a noite de segunda-feira (15), as comunidades têm se manifesto contra, chegando a cercar carros de comandantes militares e ameaçar os policias, chamando-os de assassinos e jogando itens em direção a eles, segundo a mídia local.

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Redatora do site In Magazine (Ig);
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