Casos de cães vítimas de suposta intoxicação por petiscos se disseminam a 13 estados e no DF

Diogo Nogueira Por Diogo Nogueira
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O número de cães vítimas de suposta intoxicação após consumir petiscos continua em crescimento. De acordo com as investigações da Polícia Civil, já foram registrados casos em 13 estados e no Distrito Federal. A maioria das vítimas são de Minas Gerais, com a confirmação feita pelos agentes do estado de 27 denúncias semelhantes, nesta sexta-feira (9).

Os tutores mineiros dizem que os sintomas se assemelham, sendo vômitodiarreia e lesão renal grave. A maior parte das mortes está na capital, onde 12 cachorros morreram.

As apurações avançam desde o final do mês de agosto, quando foram feitas as primeiras denúncias. Desde então, a Polícia Civil descobriu a contaminação de no mínimo em uma das amostras coletadas por monoetilenoglicol, também chamado por etilenoglicol.

Pelo menos 40 cachorros morreram em todo o país devido a suposta contaminação. O número foi confirmado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) na última segunda-feira (5).

No entanto, após a atualização dos casos e avanços nas investigações em todo o país, a PCMG informou que somente se pronunciaria sobre os casos que envolvem o estado de Minas Gerais. Como houve novos registros em outros estados, é possível que o número de mortes de cães intoxicados seja maior.

Além do Distrito Federal, há casos registrados nos seguintes estados: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.


Policiais civis marcaram presença, nesta sexta-feira (9), em uma das empresas sob investigação, a Tecno Clean. (Foto: TV Globo/Reprodução)


As marcas envolvidas

Os petiscos identificados até o momento são: Dental Care, Every Day e a Petz Snack Cuidado Oral. Todos são de fabricação da empresa Bassar, fornecidos pela Tecno Clean Industrial LTDA.

O que diz a empresa?

A empresa responsável pelos petiscos foi notificada pela Polícia Civil de Minas Gerais através de uma carta precatória para prestar esclarecimentos. A produção dos petiscos é realizada em uma fábrica na cidade de São Paulo, e seus responsáveis terão que informar detalhes do processo de produção e os produtos utilizados na composição dos alimentos caninos.

Qual é a substância encontrada nos petiscos? 

Na última sexta-feira (2), a Polícia Civil de Minas Gerais informou que foi identificada a presença de monoetilenoglicol em um dos petiscos entregues à delegacia por tutores de animais que passaram mal ou morreram.

A substância tóxica que pode levar à insuficiência renal já tinha sido detectada por meio de necropsia feita pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em um dos cãezinhos mortos.

O que dizem os envolvidos

– Tecno Clean Industrial LTDA

Por meio de nota, a empresa afirmou que comprou o insumo – propilenoglicol – da empresa A&D Química Comércio Eireli e, posteriormente, revendeu ao mercado nacional como distribuidora.

– A&D Química Comércio Eireli

A reportagem não conseguiu contato com a A&D Química Comércio Eireli.

– Bassar Pet Food

A Bassar Pet Food informa que decidiu interromper a produção de sua fábrica até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação de pets envolvendo lotes de seus produtos. A empresa também está contratando uma empresa especializada para fazer uma inspeção detalhada de todos os processos de produção e do maquinário em sua fábrica, em São Paulo.

De modo preventivo, a companhia já estava recolhendo os lotes de duas linhas de alimentos, mas procederá agora ao recolhimento de todos os produtos da empresa nacionalmente, conforme determinação do Ministério da Agricultura, Pecuário e Abastecimento.

A Bassar esclarece que ainda não teve acesso ao laudo produzido pela Polícia Civil de Minas Gerais, mas está colaborando totalmente com as autoridades desde o início dos relatos sobre os casos. A empresa enviou amostras de produtos para institutos de referência nacional para atestar a segurança e conformidade de seus produtos sob investigação.

 

Foto Destaque: Supostas intoxicações por petiscos afetam cachorros em todo o Brasil; Minas Gerais é o estado com mais casos. (Divulgação/Reprodução/TV Globo)

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