O rapper Travis Scott foi o responsável por fechar o primeiro dia de shows do Rock in Rio desta sexta-feira (13). O norte-americano se apresentou no Palco Mundo, após Mc Cabelinho e o Coral das Favelas, que fecharam o Palco Sunset.
Como o primeiro headline do evento, Travis foi aguardado pelo público do Palco Mundo com altas expectativas. O cantor se apresenta quase três anos após a tragédia dos Estados Unidos, onde a comum roda punk resultou na morte de 10 pessoas, o momento também conhecido como mosh é um dos mais aguardados do primeiro dia na Cidade do Rock.
Travis iniciou a sua apresentação com um verdadeiro espetáculo visual, mostrando que mesmo em meio ao autotune característico ao som de “Hyaena”, ele possui outros meios de fisgar a atenção do público, quase o hipnotizando com o melhor show de luzes que verão em suas vidas.
Na setlist, como já era esperado, a canção “My Eyes” do álbum “Utopia”, em homenagem aos fãs do trágico show de 2021, se tornou um dos poucos momentos de lucidez e energia não psicodélica de Travis, atribuindo um diferencial a performance apoteótica do rapper.
Dessa vez, a esperada roda punk estava menos motivada do que costume, talvez pelo receio marcado pela história ou simplesmente pelo cansaço. Os poucos que tentaram tornar o momento memorável através do mosh, acabaram por rodar em frustração ao invés de entre empurrões. O momento chegou a embalar por poucos minutos enquanto Travis cantava “Thank God”, mas não rendeu o esperado.
Estrutura fora do normal
O grande marco da noite de Travis Scott no encerramento do primeiro dia da Cidade do Rock foi sem dúvidas a estrutura descomunal que o artista escolheu para proporcionar ao público a experiência completa. Contando com um trabalho visual impecável, a arquitetura do show de Travis dispensou o palco principal do Palco Mundo, que se tornou um mero apoio para o desenvolvimento completo da apresentação do norte-americano, que aconteceu mais perto do público, em uma passarela exclusiva para a voz de “Fe!n”.
Estrutura do show de Travis Scott (reprodução/Instagram/@rockinrio)
Mas como nem tudo é flores, a estrutura exclusiva do cantor, além da experiência inovadora, também proporcionou um atraso significativo no início do show e, anteriormente, rendeu um breve desentendimento entre a equipe do norte-americano e da brasileira Ludmilla, após se recusarem a deixá-la usar da estrutura já disponível. A confusão resultou em uma rasa incerteza quanto a participação da “Rainha da Favela” no Rock in Rio.
Exemplo de acessibilidade
Diferente da maioria das apresentações do dia, Travis estava empenhando na proximidade com os fãs, desde o posicionamento da estrutura do seu show quanto a participação do público. O rapper chegou a chamar três fãs para o palco enquanto cantava “Sirens”. Os jovens, em uníssono, compartilhavam a mesma energia de Travis, embalando as canções no palco ao lado do cantor.
Momento em que Travis Scott leva fãs ao Palco Mundo (Reprodução/Instagram/@hugoglos/Multishow)
Diferente dos fãs, a imprensa não teve a oportunidade de se sentir tão próxima do cantor, que prezou pela sua privacidade e retirou o campo de visão do backstage.
Detalhes
Além das músicas mais famosas, Travis Scott ainda cantou a música tema da turnê do seu último show em São Paulo, nesta quarta-feira (11), intitulada de “Circus Maximus”, a canção de Travis em parceria com The Weeknd e Swae Lee aborda temas como o autoconhecimento, a fama e a busca constante por autenticidade em um mundo onde a superficialidade é mais valorizada.
Um dos pontos da noite também foram as promessas de tremores quando o astro tocasse “Fe!n”. A ideia começou após relatos de tremores sísmicos causados pelo show do rapper na última quarta-feira (11), em São Paulo. Os vizinhos próximos ao Allianz Parque chegaram a notificar as autoridades sobre possíveis “minitremores” nas dependências da atração de Travis.
Finalizando a noite com “Telekinesis”, Travis sustentou com excelência o papel de encerrar o primeiro dia do RiR com chave de ouro, mostrando que sua experiência com produção não ficou no passado, a transmitindo na união entre a conexão com o público e o visual, se provando um perfeito showrunner.