O primeiro computador criado no Brasil completou nesta quinta- feira dia 22 de setembro 50 anos. Em referência ao cisne branco o eletro portátil foi batizado como patinho feio, e desenvolvido por 15 jovens pesquisadores da Escola Politécnica da USP elevando o Brasil na era da tecnologia. Contendo 60 quilos e 4 kilobytes de armazenamento, o projeto portátil não tinha tela, mouse e a maioria das funções que os computadores têm atualmente, mas serviu como base para a indústria brasileira digital.
Inaugurado dia 24 de junho de 1972, o projeto começou a ser formulado dois anos antes no antigo laboratório de Sistema Digitais da USP que hoje em dia é chamado de Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais. O computador foi criado através de uma solicitação da Marinha para a utilização em navios. Antes o portátil seria aparelhado na Universidade Estadual de Campinas que denominou o projeto de cisne branco.
A professora sênior Edith Ranzini da Poli-USP e uma das quatro mulheres que participaram do projeto destacou que “A gente teve alunos excelentes. Muitos ficaram trabalhando conosco na Poli, outros alimentaram a indústria de computadores que começou a surgir no Brasil”. Já o Moscato revela que “O Patinho Feio foi uma semente da indústria digital brasileira a partir de um protótipo viável”
Foto: Kenji/AE A professora Edith Ranzini ao lado do Patinho Feio em 1972
Na USP, os engenheiros idealizaram outro projeto de computador chamado de “patinho feio” em alusão ao “cisne branco” da Unicamp. O professor Lucas Moscato da Poli-USP explicou que o foi uma satira que gerou o nome de patinho feio trazendo uma ligação diminutiva do que os engenheiros da Unicamp tentaram fazer. O cisne branco da Unicamp não deu certo e o patinho feio que foi utilizado nas embarcações da Marinha.
Na Poli-USP haverá nos próximos meses a comemoração dos 50 anos do Patinho Feio, com exposições e visitas programadas de estudantes para mostrar o avanço tecnológico e destacar os investimentos na escola pública.
Foto de destaque: Patinho feio na USP divulgação/USP
