Nesta quarta-feira (30), a Polícia Civil anunciou oficialmente a abertura de uma investigação para apurar uma denúncia de racismo envolvendo torcedores do Internacional no clássico Gre-Nal, realizado em 19 de outubro, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. O caso gerou ampla repercussão nas redes sociais após a circulação de vídeos mostrando um torcedor colorado fazendo gestos que foram interpretados como insultos raciais. Até o momento, oito testemunhas prestaram depoimentos, e as autoridades seguem trabalhando na identificação dos possíveis responsáveis pelos atos de discriminação.
A Delegacia de Polícia do Combate à Intolerância (DPCI) está à frente das investigações, iniciadas após o registro de dois Boletins de Ocorrência sobre o caso. Conforme informações divulgadas pela Polícia, os depoimentos coletados até agora indicam a existência de gestos e ofensas de cunho racista direcionadas a torcedores do Grêmio. A partir da identificação dos envolvidos, eles serão formalmente intimados para prestar esclarecimentos.
Grêmio exige investigação dos fatos
No dia seguinte à partida, o Grêmio emitiu um comunicado oficial exigindo uma investigação rigorosa sobre o caso. Na nota, o clube expressou indignação diante do vídeo que circula nas redes, onde é possível ver um torcedor do Internacional passando a mão no braço em direção à torcida gremista – um gesto interpretado como insulto racial. O Grêmio reforçou que atitudes discriminatórias não têm lugar nos estádios e devem ser severamente punidas. Em apoio à investigação, o clube se colocou à disposição das autoridades para colaborar com o inquérito.
Declaração da Polícia Civil
Em nota, a Polícia Civil forneceu mais detalhes sobre o caso investigado, relatando que alguns torcedores do Internacional teriam feito gestos considerados racistas e proferido ofensas homofóbicas durante a partida. Esses gestos incluíam passar a mão no braço, frequentemente interpretado como um insulto racial, enquanto apontavam para torcedores do Grêmio. As ações foram registradas tanto por uma das vítimas quanto por uma testemunha, resultando em dois Boletins de Ocorrência.
A delegada Tatiana Bastos, titular da DPCI e responsável pela investigação, instaurou o inquérito assim que teve conhecimento dos fatos. Até agora, oito pessoas já prestaram depoimento confirmando o ocorrido. Após a identificação dos envolvidos, eles serão convocados para esclarecimentos formais.