Uma investigação iniciada em 2022 deu uma dor de cabeça para os executivos da Netflix. Na Europa, na manhã desta terça-feira (5), uma busca policial foi realizada nos escritórios de Paris e Amsterdã da empresa de streaming por conta de acusações de sonegação fiscal e trabalho clandestino. A busca foi realizada por investigadores financeiros especializados nesse tipo de caso e as autoridades francesas e holandesas estavam cooperando há meses no caso.
O que aconteceu
A Procuradoria Nacional de Finanças da França (PNF) abriu uma investigação preliminar em 2022 para apurar as questões relacionadas a uma auditoria fiscal em cima da Netflix nos anos de 2019, 2020 e 2021. A investigação considerava acusações de lavagem de fraude fiscal agravada e trabalho clandestino em quadrilha organizada.
Em 2023 um porta-voz da empresa chegou a declarar, para amenizar as questões, que a Netflix cumpre todas as legislações fiscais em todos os países em que opera.
Apesar de ter um escritório na França, a Netflix declara todos os impostos franceses de seu escritório em Amsterdã, nos Países Baixos. Em 2019 e 2021, quando contava com 7 milhões de assinantes na França, a Netflix pagou “apenas 981.000 euros (R$ 6,8 milhões) em tributos“, o que chamou a atenção das autoridades para uma minimização abusiva na arrecadação.
No entanto, a Netflix parece ter abandonado esse tipo de prática. O valor declarado em 2022 foi de US$ 1,3 bilhão, o que releva uma disparidade em relação aos valores anteriores, como a declaração de 2020 de US$ 51,3 milhões.
A Netflix não é a única
Outras multinacionais já foram investigadas por estratégias de otimização de impostos semelhantes. Em 2022 o McDonald’s passou por um processo semelhante em relação as declarações dos anos entre 2009 e 2020, porém concordou em pagar US$ 1,36 bilhão para resolver as pendências fiscais.