Anvisa entrou em campo e suspendeu última partida de Brasil e Argentina

Giovane Fazello Por Giovane Fazello
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Jogo das Eliminatórias entre as seleções do Brasil e da Argentina para a Copa do Mundo no Catar em 2022 foi suspenso pela Anvisa aos cinco minutos do começo da partida no último domingo (05). O jogo foi interrompido para que quatro jogadores da seleção da Argentina saíssem de campo.

Horas antes da partida, a Anvisa havia solicitado o isolamento imediato dos jogadores para fazer quarentena de 14 dias após entrar no país, o que não ocorreu. Assim, agentes da Anvisa e da Polícia Federal entraram em campo para parar o jogo. 

Essas solicitações vêm sendo feitas em todas as partidas de futebol do mundo, para a proteção de todos contra o Covid-19.

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Segundo a agência, os jogadores teriam descumprido a portaria nº 655, de 23 de junho de 2021, que estabelece as regras de entrada de estrangeiros no Brasil durante a pandemia do Covid-19.

Um trecho da portaria diz que:

“7º O viajante que se enquadre no disposto no art. 3º, com origem ou histórico de passagem pelo Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, pela República da África do Sul e pela República da Índia nos últimos quatorze dias, ao ingressar no território brasileiro, deverá permanecer em quarentena por quatorze dias.”

O caso foi classificado pela Anvisa como um risco sanitário grave e disse que os jogadores deveriam ter entrado em quarentena na chegada porque estiveram no Reino Unido em algum momento nos 14 dias anteriores.

Embora não tenham sido citados, os quatro jogadores que estão em clubes da Premier League inglesa são Emiliano Buendía e Emiliano Martínez do Aston Villa, e Giovani Lo Celso e Cristian Romero do Tottenham Hotspur.

Em nota, a Anvisa afirma que os jogadores declararam que não haviam passado pelos países com restrição. No entanto, o órgão disse que “notícias não oficiais” davam conta de possíveis declarações falsas prestadas pelos viajantes.

E então a partida foi declarada como suspensa após as duas seleções serem retiradas de campo. Um relatório será apresentado para a Comissão Disciplinar da FIFA, que ainda vai determinar o que acontecerá com a disputa.

Confira o pronunciamento da Conmebol no Twitter:

https://twitter.com/CONMEBOLBR/status/1434608883574714375?s=20

Reações de envolvidos e das principais mídias

Ednaldo Rodrigues, presidente em exercício da CBF, criticou a paralisação do jogo. Para ele, a Anvisa extrapolou e poderia ter evitado tudo antes.

Ao SporTv, Ednaldo falou que a agência já sabia da situação dos jogadores há três dias. “Nos causou muita estranheza deixar para depois que o jogo se iniciasse. Em momento algum a CBF foi parte, por quem quer que seja, com relação a qualquer negociação para retirar atletas da equipe”, afirmou.

Treinador da seleçã Argentina também comenta:

“Eu fico muito triste e não busco nenhum culpado. Se passou ou não passou algo, não era o momento para fazer essa intervenção”, disse à Globo.

E na mídia argentina, o principal jornal esportivo, o diário Olé, publicou que o Brasil fez um “papelão mundial”.

Em nova nota após a suspensão do jogo, a Anvisa fala que realizou uma reunião no sábado “envolvendo o Ministério da Saúde, secretaria estadual de saúde de São Paulo, representantes da CONMEBOL, CBF e da delegação argentina. Nessa reunião, a Anvisa, em conjunto com a autoridade de saúde local, determinou, no curso da reunião, a quarentena dos jogadores”.

A Polícia Federal foi enviada para o local do jogo antes da partida começar.

“As tentativas foram frustradas, desde a saída da delegação do hotel, e mesmo em tempo considerável antes do início do jogo, quando a Anvisa teve sua atuação protelada já nas instalações da arena de Itaquera. A ação da Anvisa, em síntese, se limitou a buscar o cumprimento das leis brasileiras, o que se limitaria à segregação dos jogadores e as suas respectivas autuações”, explica a nota.

Foto Destaque: Reprodução / Getty Images / Metrópoles

 

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