Brasil participa de reunião do Tratado da Antártica para debater conservação de continente

O Brasil é um dos participantes da reunião do Tratado da Antártica. O encontro, que contará com a presença dos países signatários do acordo, servirá para debater propostas internacionais de proteção ambiental no continente. A reunião deste ano já acontece em Milão, na Itália e seu encerramento está previsto para o começo de julho. Propostas […]

01 jul, 2025
Foto destaque:  Montanhas Ellsworth, Antártica (Reprodução/Veronica Tollenaar/Université libre de Bruxelles)
Foto destaque: Montanhas Ellsworth, Antártica (Reprodução/Veronica Tollenaar/Université libre de Bruxelles)
Montanhas Ellsworth, Antártica

O Brasil é um dos participantes da reunião do Tratado da Antártica. O encontro, que contará com a presença dos países signatários do acordo, servirá para debater propostas internacionais de proteção ambiental no continente. A reunião deste ano já acontece em Milão, na Itália e seu encerramento está previsto para o começo de julho.

Propostas de criação de novas Áreas Marinhas Protegidas (AMPs) estão em análise para serem discutidas na Comissão para Conservação dos Recursos Marinhos Vivos da Antártica (CCAMLR). No entanto, de acordo com especialistas, um pequeno grupo de países que são liderados pela Rússia e China têm impossibilitado de maneira sistemática a formação de um consenso na CCAMLR para que novas áreas protegidas sejam criadas na Antártica.

Clima do Brasil diretamente afetado

As mudanças climáticas que atingem os dois extremos do planeta afetam o Brasil de forma direta. A crise ambiental no Ártico e na Antártica é marcada pelo derretimento de geleiras, mudança nas correntes oceânicas e na circulação atmosférica. Estes fatores influenciam os padrões de chuva, períodos de seca e eventos extremos no Brasil, como as enchentes que aconteceram no Rio Grande do Sul e arrasaram o estado em maio do ano passado.


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Geleira Thwaites, na Antártica, conhecida como “Geleira do Juízo Final” (Foto: reprodução/Wikimedia Commons/Nasa)

“A percepção pública acompanha o que a ciência já comprova: a crise climática antártica afeta diretamente o cotidiano dos brasileiros, da mudança nos padrões de chuvas às ameaças a atividades como o turismo de observação de baleias”, afirmou Ronaldo Christofoletti, professor da Unifesp e co-presidente do Grupo de Especialistas em Cultura Oceânica da UNESCO.

O inverso também pode acontecer. Fatores que interferem no clima no Brasil podem influenciar o continente antártico. O aumento das queimadas na Amazônia, por exemplo, podem soltar partículas que chegam na Antártica e escurecem o gelo da região, o que acelera o derretimento.


Reportagem da CNN explica como queimadas no Brasil agravam degelo na Antártica (Reprodução/Youtube/CNN Brasil)


Aumento do nível do mar

Em pesquisa recente, levantada pela Fundação Grupo Boticário, UNESCO, e pelo projeto Maré de Ciência e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi revelado que nove a cada dez brasileiros entendem o aumento do nível do mar enquanto uma ameaça real. A maioria também relaciona o aquecimento dos oceanos a catástrofes climáticas como secas e inundações, no entanto, apenas 7% dos entrevistados já participaram de alguma ação que contribua com a conservação marinha no último ano.

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