Fuzzy effect: a tendência polêmica está de volta

Ana Gomez Por Ana Gomez
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O ano está terminando, e surge mais uma moda. Após voltar com as calças de cintura baixa, o rosa boneca e até os crocs, agora é a vez de trazer de volta os tecidos com pelinhos, com a chamada tendência fuzzy effect. Mesmo que ainda não tenha notado o retorno, é bastante provável que logo comece a encontrar estas peças, afinal as tendências surgem “como inovação a partir de macrotendências de comportamento e de consumo. Por isso, aparecem primeiro nas pontas mais vistas da sociedade, como artistas, famosos, influenciados e só depois é aceito pela grande massa”, fala a consultora e moda e estilo Bruna Gindro.


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Fuzzy effect é a tendência do tecido mohair, que é uma fibra natural de textura felpuda, que é feito do pelo de cabra de angorá. Ele foi bastante popular durante a década de 1970, quando as pessoas usavam em blusas despojadas.

O filme Paris Texas (1984) popularizou o uso, porém em anos anteriores e posteriores usaram também. Nos anos 1970, o movimento punk já usava a peça. Depois foi a vez dos hippies, com cardigans, em dos grunges, nos anos 1990.

O designer Fracesco Rizzo Marni, em 2019, fez parte da sua coleção masculina para a Marni com o mohair. Fora das passarelas, os famosos e fashionistas fizeram o uso com certa frequência, como por exemplo, Hailey Bieber, João Guilherme e Nong Rak.

De acordo com Bruna, as trends surgem através de marcas, estilistas, celebridades, influenciadores e até as redes sociais, o TikTok foi o responsável por trazer de volta o fuzzy effect. A consultora explica: “a disseminação de conteúdos que privilegiem o uso de determinada peça repetidamente faz com que os consumidores comecem a aderir as vestes em seus guardas-roupas para ‘entrar na moda’”.


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O fuzzy effect é celebrada por grandes marcas como Aimé Leon Dore, que faz cardigans e suéteres, e ERL, que apostou em colorir mais o material. Cherry e Home Phuangfueang, da Nong Rak, apareceram com o tricô manual que é feito com resíduos de fios de mohair para criar buckets, gorros, luvas, vestidos e biquínis. Algumas marcas como Saint Laurent, Fendi, Raf Simons, Ricks Owens e a Bottega Veneta- que apareceu com o tecido em sua última coleção- também apostaram.

A ONG People for the Ethical Treatment of Animals (PETA), em 2018, realizou uma denúncia de casos de maus tratos de animais depois de ter acesso a um vídeo da produção de lã. As imagens são registros feitos entre os meses de janeiros e fevereiro do mesmo ano, em 12 fazendo da África do Sul- de acordo com a PETA, aproximadamente 50% de lã é produzida lá.

No vídeo, os animais são arrastados e carregados pelos chifres, pernas ou caudas, e o pelo é cortado enquanto eles são segurados pelo rabo. Também existe um abatedouro, onde alguns homens arrancaram a pele de um animal e depois o esfaqueiam. As cabras sobreviventes ficaram expostas ao vento e chuva, mesmo sem o pelo de proteção, e convivem com feridas abertas e suturas feitas sem anestesia.

A notícia se espalhou e forçou as empresas relacionadas ao mercado de lã mohair a se pronunciarem contra as práticas, e muitas delas suspenderam o uso do tecido. Caso da Gap Inc, que deixou de fornecer produtos feitos com o material para Old Navy, Banana republic, Athleta e outras marcas. Marcas populares como Zara e GAP, trocaram a lã por fibra sintética.

 

 

Foto destaque: roupas com pelinhos estão de volta, porém cuidado com a origem da peça. Reprodução/Pinterest

Por Ana Gomez
Escrevo para a editoria de esportes e reviso os textos
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