Tartaruga desovando: Conheça ações a serem evitadas

Michel Antunes Por Michel Antunes
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O litoral capixaba é lar de várias espécies de tartarugas. Em Vila Velha, um pequeno cercado na praia de Itaparica, na Grande Vitória, é residência de um ninho de tartaruga gigante ou de couro (Dermochelys coriacea), espécie que encontra-se em extinção.

Segundo o analista ambiental, Giovani Danbroz, as pessoas precisam conter melhor suas curiosidades a respeito destes animais, pois filmar, apontando a luz de seus aparelhos digitais e importuna-las nesse período pode fazer mal à elas.

O especialista explica que as pessoas só atrapalhariam e prejudicariam durante a postura dos ovos, podendo afugentar as tartarugas daquela região e, por consequência, diminuir a presença da espécie no local.

“O que pode acontecer é um desequilíbrio na população e haver uma redução do número de ninhos naquela região, e aí a gente vai ter menos filhotes sendo devolvidos ao mar. Menos tartarugas no meio ambiente”, disse o analista.


Cercado de proteção do ninho de tartaruga em Vila Velha, no Espírito Santo. — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Cercado de proteção do ninho de tartaruga em Vila Velha, no Espírito Santo. (Foto: Reprodução/TV Gazeta)


O analista ainda salienta que até a luz do celular pode incomodar o animal.

“O ideal é manter a distância e não se aproximar, não ligar a luz de celular que possa vir incomodar o animal, deixar o animal seguir o percurso dele e observar de longe pra que o animal consiga fazer o seu papel na natureza, desovar e se reproduzir o seu eu”, comentou.

O pesquisador da Fundação do Projeto Tamar, Rafael Kuster Gonçalves, conta que existem cinco espécies de tartarugas marinhas no Brasil desovando no Espírito Santo. E ressalta, nunca ser recomendado a aproximação ou o toque.

“Lembrar sempre que os animais são lindos, mas são selvagens. São lindos, são carismáticos, dá vontade de tocar, mas o ideal é observar à distância esses animais”, explicou.


Tartaruga do projeto Tamar, em Regência — Foto: Ari Melo/ TV Gazeta

Tartaruga do projeto Tamar, em Regência. (Foto: Ari Melo/ TV Gazeta)


Projeto Tamar

Aqueles que desejarem ver as tartarugas marinhas de perto, mas sem atrapalhar o animal, podem visitar o Projeto Tamar, localizado na Enseada do Suá, em Vitória.

Rafael conta que além de ver os animais, os visitantes aprendem sobre a preservação das tartarugas.

“Aqui é passado um pouco da biologia das espécies, os hábitos que elas possuem, curiosidades, as ameaças que, infelizmente, ação humana impacta diretamente”, disse.

Tartaruga verde (Chelonia mydas); Tartaruga cabeçuda (Caretta caretta); Tartaruga oliva (Lepidochelys olivacea); Tartaruga de pente (Eretmochelys imbricata) são as espécies de tartarugas do local, indo de filhotes à adultas.

O projeto está aberto de quarta-feira a domingo, das 10h às 17h. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria.

 

Foto Destaque: Tartarugas recém-nascidas vão em direção ao mar em Guriri, São Mateus, ES. Reprodução/TV Gazeta

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