O terremoto que ocorreu na fronteira da Turquia com a Síria, na madrugada, às 4h17, desta segunda-feira (6), causou, até atualizações recentes, mais de 5 mil mortes. O tremor de magnitude 7,8, que durou 1 minuto e meio, foi o mais forte que já atingiu o território turco desde 1939.
De acordo com explicação dada à AFP pelo investigador do Serviço Geológico britânico, Roger Musson, o local, a hora, os antecedentes e as medidas de segurança pouco rigorosas para as construções na área explicam o número de vítimas.
Equipes de resgate buscam sobreviventes em escombros após terremoto na cidade de Jandaris, na Síria. (Reprodução/Reuters)
A Turquia está localizada na Placa de Anatólia, uma das zonas mais propensas a tremores no mundo. Essa área tem duas grandes falhas: a oriental, que faz fronteira com as placas Africana e Arábica, e a setentrional, que atravessa todo o território turco, estando conectada à placa Euro-Asiática, onde ocorrem os maiores desastres naturais nos últimos anos.
Os tremores na Falha Setentrional da Anatólia acontecem principalmente pelo movimento da placa Arábica contra a da Euro-Asiática, logo, “pressionando” a microplaca turca para o oeste. Umas das últimas tragédias no país foi causado nessa falha em 1999, deixando 17 mil pessoas mortas nos arredores de Istambul.
Em 2020, 33.000 terremotos ocorreram na Turquia, com 322 tendo magnitude igual ou maior a 4, segundo a Autoridade de Gerenciamento de Desastres e Emergências (AFAD).
Carmen Solana, vulcanóloga da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, explicou que os terremotos não podem ser previstos. “As infraestruturas adaptadas são raras no sul da Turquia e especialmente na Síria, portanto agora a prioridade é salvar vidas”, disse.
O país turco aprovou, em 2004, uma lei, após os tremores de 1999, para reforçar os critérios de construção, porém “muitas estruturas já estavam fragilizadas após um uma década de guerra”, como o vulcanólogo da University College London, Bill McGuire destacou.
Foto destaque: Escombros após terremoto que atingiu Turquia e Síria, nesta última segunda-feira (6). Reprodução/Ercin Erturk/Anadolu Agency.