Foi descoberto por uma equipe de pesquisadores do Japão um novo avanço que pode se tornar uma solução para homens e casais homossexuais que desejam ter filhos. Os cientistas foram capazes de criar camundongos a partir de dois ratos do sexo masculino, sem precisar usar uma fêmea. Nos dias 6 e 8 de março os resultados foram mencionados na Terceira Cúpula Internacional sobre Edição do Genoma Humano, em Londres, no Reino Unido.
De início, o grupo de cientistas tinha como objetivo apenas desenvolver um tratamento para a síndrome de Turner, uma condição considerada rara que afeta exclusivamente mulheres, fazendo com que se tornem inférteis. Quando uma mulher nasce com a síndrome, significa que ela porta apenas um cromossomo X, e não duas cópias tradicionais. Os pesquisadores tinham como intuito criar um tratamento com células-tronco para ajudar com a dificuldade da infertilidade.
As células-tronco foram criadas a partir de camundongos machos de oito semanas que se encontravam sem o cromossomo Y após terem perdido de maneira espontânea e desconhecida, dessa forma, os pesquisadores utilizaram as células copiando o cromossomo X que sobrou e criando células-tronco com dois genes X.
Cientista com rato em laboratório (Foto: Reprodução/Metrópoles)
A célula foi transformada em óvulo e os cientistas fizeram uso do esperma de outros camundongos machos para concluir a fertilização. Os óvulos já fecundados foram introduzidos em ratos fêmea, resultando no nascimento de mais de meia dúzia de camundongos totalmente saudáveis.
Com isso, os pesquisadores mantem a esperança de que os resultados ajudem a solucionar problemas de infertilidade, permitindo também que casais homoafetivos do sexo masculino possam se reproduzir sem a necessidade de receber a doação do óvulo de uma mulher no futuro. Pacientes com a síndrome de Turner poderiam de igual modo se reproduzir usando a mesma técnica.
Katsuhiko Hayash é o pesquisador à frente do estudo, e diz que o método para humanos pode ser viável daqui a aproximadamente uma década, mas no momento ainda é necessário realizar mais pesquisas para que a segurança do procedimento possa ser comprovada.
Foto destaque: Embrião de ratos são criados em laboratório. Reprodução/Twitter