Arara-canindé pousa no braço de policial durante corrida matinal

Luiz Arthur Por Luiz Arthur
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A corrida matinal de Kaléu Freitas teve uma surpresa inusitada no último domingo (30), no Jardim (MS), município a 224 quilômetros de Campo Grande. O policial civil teve a companhia inusitada de uma arara-canindé, que pousou no seu braço esquerdo e “não quis sair mais”.


Vídeo postado por Kaléu Freitas do acontecimento nas plataformas digitais. Reprodução: Youtube


“Gente, Deus é bom demais(…)Dá uma olhada aqui. Quem veio atrás de mim correndo? E quem parou nos meus braços? Deus é bom demais, pai. Bora, filha, correr?”, disse o policial rindo com a arara pousada em seu braço enquanto registrava o acontecimento. O percurso da corrida feito por Kaléu aos fins de semana era o mesmo que sempre fazia, em um bairro perto de uma fazenda, em uma área afastada da parte urbana de Jardim.

Kaléu conta que o medo foi natural diante da situação. Assim que a arara pousou em seu braço, o policial não hesitou em registrar o momento, mas não quis mecher no animal que de acordo com ele, ficou pousando “em seu corpo todo”.

A presidente do Instituto Arara-Azul e professora no programa de pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional em uma universidade particular de Campo Grande, Neiva Guedes, alerta sobre a ação da arara. Para a especialista, a forma com que ela pousou no rapaz não é uma atitude comum da espécie, e que a mesma provavelmente teria sido uma ave domesticada ou cevada (quando o animal é domesticado com comida).

Ela também salientou que a atitude do policial foi correta e deu orientações para se o caso venha a se repetir. “Não recomendamos que amanse ou domestique animais silvestres, é errado. Animais que fazem isso tiveram o comportamento alterado. Nestes casos, a pessoa deve manter a calma e fazer o possível para o bicho voar. Não deve se aproximar muito, não beijar e ficar perto. O bicho pode bicar, machucar e até transmitir doença”.


Arara-canindé. Imagem: Christel Sagniez 


A arara-canindé (Ara ararauna), também chamada de arara-azul-e-amarela, tem a plumagem com as cores da bandeira do Brasil. A espécie é uma das mais emblemáticas do cerrado brasileiro, sendo muito importante para comunidades indígenas. Atualmente a arara-canindé se encontra ameaçada de extinção.

Uma das razões é o fato dela se deslocar a grandes distâncias durante o dia, entre os locais de descanso e de alimentação e, por isso, ser considerada uma presa fácil.

A arara-canindé geralmente constrói seus ninhos em fendas no tronco de árvores e deposita seus ovos lá. Os filhotes permanecem no ninho por cerca de treze semanas, enquanto são alimentados pelos pais que regurgitam o alimento diretamente em seus bicos.

As araras são animais silvestres que são conhecidas por chamar a atenção devido a sua beleza natural e plumagem chamativa, fazendo com que muitos desejem ter a ave como pet. Embora não seja recomendado, a compra da ave não é proibida no país, e exige uma manutenção de alto custo.

 

Foto Destaque: Kaléu Freitas e a arara-canindé. Foto: Direto das Ruas

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