Em um painel do Web Summit Rio, realizado na última terça-feira (2), o maior evento de tecnologia do mundo, especialistas alertaram sobre os riscos da inteligência artificial para a humanidade. Para elas, as empresas devem ser mais responsabilizadas pelos perigos de sistemas de IA. A discussão foi comandada por Meredith Whitakker, presidente da fundação dona do aplicativo de mensagens com privacidade em Signal, e Chelsea Manning, especialista em segurança e ex-militar que ficou conhecida por vazar documentos confidenciais dos Estados Unidos, em 2010.
Meredith apontou que as ferramentas de inteligência artificial exigem uma grande quantidade de dados e servidores que os suportem. Para ela, esses recusos estão nas mãos de poucas empresas, como Microsoft, Amazon e Google. “Há apenas algumas organizações no mundo que têm os recursos exigidos para criar inteligência artificial em larga escala do começo ao fim. São as grandes empresas de tecnologia“, afirmou.
Maioria das ferramentas de IA ainda são desconhecidas por usuários. (Foto: Reprodução/Olhar Digital)
Chelsea destacou que as futuras regulamentações sobre a IA devem focar no fato de poucas empresas terem estes recursos à disposição. “As grandes empresas de tecnologia dizem que querem regulação, mas têm pessoas no Congresso tentando garantir que elas escrevam essa regulação. Precisamos de outras medidas que exijam que, quando a IA for adotada, ela vai contemplar o interesse público“, disse.
Redes sociais, bancos e aplicatvos já tem acesso a dados de seus usuários, e este problema deve aumentar. Ela também destacou que a privacidade está em risco com a inteligência artificial. O interesse pela IA é novo, mas os riscos são antigos. “Certamente, muitos problemas de privacidade que vemos nos últimos 15 anos continuarão. Mas também acho que, com o advento de grandes modelos [de IA] para linguagem e visão, há uma grande oportunidade“, analisou. Há 13 anos, ela vazou mais de 700 mil documentos militares e diplomaticos dos EUA para o WikiLeaks.
Foto Destaque: Ilustração de criação com IA. Reprodução/BBC
