Os crimes cibernéticos e golpes digitais estão em alta no Brasil. Roubo de senhas, plugins que coletam dados de cartões e navegadores, vazamento de dados por colaboradores, golpe do falso gerente bancário, invasões e outros golpes são muito comuns no Brasil.
Os crimes cibernéticos estão migrando para ações envolvendo criptomoedas e os métodos são os mais variados. “Além dos golpes de pirâmides, criminosos criam tokens (criptoativos) com permissões de saque para os criadores, simulam wallets (carteiras) e até mesmo enviam e-mails a pessoas informando que elas têm fundos “esquecidos” em uma carteira, mas para tanto precisam digitar dados de cartão, tudo para fraudar os menos atentos”, explica Dr. José Antonio Milagre, advogado e perito especialista em crimes cibernéticos, que é diretor de uma empresa de perícias digitais de São Paulo.
De acordo relatório da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), emitido em 2022, foi observado um aumento de 70% (setenta por cento) do quantitativo dos reportes ligados a situações de possíveis fraudes envolvendo dados pessoais, em relação ao exercício anterior.
Segundo José Milagre, a procura por serviços de investigação, rastreio digital e bloqueio de fundos e criptoativos cresce anualmente. Dentre as vítimas, fundos, empresas e pessoas que acreditaram em projetos, lançamentos e investimentos com moedas virtuais ou caíram em uma das diversas modalidades de golpes e fraudes ligadas à internet.
A perícia em informática é uma área da tecnologia e segurança digital que vem crescendo, destinada a coleta, preservação e análise de evidências em ambientes computadorizados, tablets, sistemas e dispositivos móveis e é cada vez mais comum e necessária, diante dos golpes e crimes cibernéticos, que comumente podem parar na Justiça.
Na consultoria do especialista em crimes cibernéticos José Milagre, um crescimento e exponencial na procura por investigações e análises digitais, o que demandou novas contratações. “Ilícios, golpes e fraudes digitais comumente deixam vestígios e é neste ponto que o perito digital atua, analisando os equipamentos e sistemas envolvidos, em busca de evidências que apurem quem é o autor do ilícito ou quem deu causa, qual vulnerabilidade explorada e quais as consequências do sistema comprometido, esclarecendo casos com repercussão jurídica”, explica Milagre
No escritório, sediado na região do Campo Belo em São Paulo, aproximadamente trinta profissionais, analistas de sistemas, engenheiros de dados e peritos atuam sobre celulares, discos rígidos e dispositivos, recuperando dados, avaliando erros em programas e sistemas e respondendo questionamentos feitos por partes interessadas e vítimas de fraudes bancárias online ou com criptoativos.
São aproximadamente quinze novos casos por semana em que os investigadores digitais da consultoria de Milagre têm que dar respostas sobre o que aconteceu com o sistema comprometido, em processos administrativos, corporativos e judiciais.
Os principais casos envolvem constatação de pirataria, identificação de falhas em sistemas e softwares, apurar invasões e vazamento de dados e informações confidenciais, perícias para fundamentar demissões trabalhistas, investigação de fraudes com criptomoedas, detecção de espionagem em dispositivos, recuperação de dados e conversas apagadas, análise de montagens e edições em imagens e vídeos, dentre outros.
No que diz respeito à investigação de criptomoedas, novas tecnologias vêm permitindo o rastreio de blockchains, uma espécie de “livro” de registro das transações, e com isso, capazes de identificar entidades e dados associados às wallets de criminosos, permitindo em parte dos casos o bloqueio dos fundos furtados.
“O perito em informática deve ser guiado por melhores práticas, princípios e ferramentas. A perícia técnica é fundamental nos casos de tecnologia e pode auxiliar advogados e partes na busca de seus direitos, violados por meio da internet. Quando falamos de transações com criptomoedas, é um erro afirmar que as transações são anônimas. Hoje em dia técnicas de investigação podem em muitos casos associar endereços às entidades, e entidades às pessoas, principalmente se a carteira é frequentemente usada”, esclarece Milagre, cuja consultoria se certificou em investigações de crimes digitais e criptoativos.
Dentre as principais estratégias de segurança, para evitar ser vítima de crimes cibernéticos e com criptoativos, segundo o especialista, estão:
- Sempre se informe sobre golpes e fraudes, pois eles mudam diariamente;
- Pesquise sempre sobre ofertas, negócios e empresas;
- Desconfie de contatos estranhos propondo investimentos; avalie os textos e eventuais erros ortográficos e pesquise sobre a tal “oferta”;
- Desconfie de rentabilidades altíssimas;
- Jamais forneça sua seed (palavras da wallet) ou senhas de carteiras ou Exchange;
- Fique de olho em códigos ou solicitações de confirmação, sobretudo para ativação de APIS (Application Programming Interface), pois elas permitem acesso à wallet;
- Instale mais de um fator de autenticação em suas contas e não utilize SMS, pois se o celular for clonado, o criminoso consegue resetar senhas;
- Utilize um antimalware e sistema operacional sempre atualizado;
- Jamais acesse serviços de redes públicas;
- Para novos projetos de criptomoedas, realize uma auditoria dos smart contracts, que definem a distribuição dos fundos e outro itens que podem indicar riscos.
As fraudes online demandam, a cada dia mais, tanto o judiciário quanto o mundo dos investigadores digitais e a tendência é que a área cresça ainda mais. “Onde existem novas tecnologias, adesão em massa e negligência com segurança digital, lá estão os ciberdelinquentes, cada vez mais criativos. E onde existem problemas com golpes ou fraudes, a perícia digital poderá esclarecer o contexto, indicando responsáveis, e auxiliando pessoas a buscarem reparação por direitos violados”, finaliza Milagre.
Livro
O advogado e perito digital lançou o livro “CyberCrimes e Segurança Digital com Criptomoedas”. O livro, disponível em versões impressa e e-book é inédito e apresenta os principais golpes e técnicas dos crackers para lesar vítimas, aspectos jurídicos dos crimes digitais e estratégias para análise de projetos de tokens e de segurança da informação na operação com criptoativos, útil não só para profissionais do direito e ti, mas a todos que operam no ambiente virtual. O livro pode ser acessado em https://hotmart.com/pt-br/marketplace/produtos/livro-cybercrimes-e-seguranca-digital-com-criptomoedas/M80032439K
O profissional José Milagre oferece importantes orientações em seus canais, através do site José Milagre – http://www.direitodigital.adv.br e do Instagram http://www.instagram.com/dr.josemilagre
Foto Destaque: Reprodução