Alexander Lukashenko, presidente de Belarus, afirmou durante uma entrevista na emissora de TV estatal russa nesta última terça-feira (13/06) que seu país começou a receber a aguardada leva armas nucleares táticas da Rússia.
O anúncio de tais armas já havia sido feito em Março, quando Moscou anunciou que posicionaria armas nucleares “táticas” no território de Belarus, o que levou a críticas da comunidade internacional, temendo uma agravante escalada no conflito na Ucrânia.
O presidente Lukashenko já havia anunciado no mês anterior, no dia 25/05, que a Rússia já havia iniciado a transferência de armas nucleares para Belarus, fechando um acordo tácito entre os dois países aliados. Uma decisão que levou a oposição bielorrussa declarar que isso significava uma ameaça “para a Ucrânia e para toda a Europa”.
Em meio a ainda presente tensão sobre a vinda dessas armas para Belarus, Lukashenko também disse na entrevista que, se o seu país for agredido, Belarus entrará na guerra da Ucrânia. Afirmando ainda que o país também pode vir a hospedar também mísseis de longo alcance, se necessário.
Projéteis militares na Ucrânia (Foto: Reprodução / Carta Capital)
Ainda durante a entrevista, o presidente disse que alguns dos armamentos recebidos tem capacidade três vezes mais poderosas do que as bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos sobre Hiroshima e Nagasaki, em 1945.
“Temos mísseis e bombas que recebemos da Rússia“, disse Lukashenko.
O temor se dá pois, além de fazer fronteira com a Ucrânia, Belarus tem outros países vizinhos que são membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan): Letônia, Lituânia e Polônia. É a primeira vez que a Rússia tem armas nucleares sendo instaladas fora de seu país desde a década de 1990.
Ainda em março, Vladimir Putin, presidente russo, acusou os Estados Unidos de hipocrisia quanto à crítica de suas decisões, sobre posicionarem suas armas nucleares táticas em países aliados “há muito tempo”. Mas apesar das críticas feitas a Putin, o governo norte-americano não pretende mudar o seu posicionamento quanto a armas nucleares estratégicas.
Os Estados Unidos ainda salientou perante a situação que não vê sinais da Rússia vindo a usar uma arma nuclear no conflito da Ucrânia.
Foto Destaque: O presidente russo Vladimir Putin e o bielorrusso Alexander Lukashenko. (Reprodução/Exame)