O casamento perfeito: Flamengo e nação rubro-negra se reencontram

André Magdalena Por André Magdalena
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497 dias… Foram 497 dias que o Flamengo esperou para reencontrar sua torcida, que não foi total e foi longe de sua casa, o Maracanã. O jogo entre Flamengo x Defensa y Justicia, válido pelas oitavas de finais da Libertadores, marcou a volta do público aos jogos do clube carioca desde o fechamento dos estádios por conta da pandemia da Covid-19.

 Até o sonhado reencontro, não foi dos mais fáceis. O Flamengo tentou a liberação do jogo com público no Maracanã e não recebeu a autorização, o clube levou a partida para Brasília, no estádio Mané Garrincha. O governo do Distrito Federal divulgou um decreto onde liberava 25% da capacidade do estádio, cerca de 18 mil pessoas.

 Reencontro esse que ficou marcado pela classificação, ótima atuação coletiva da equipe carioca, vencendo por 4 a 1 apartida e mandando para casa o campeão da Recopa, Defensa y Justicia.: Gol de Rodrigo Caio, Arrascaeta e dois de Vitinho. 

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 Marcos Braz (vice presidente de futebol), BAP (relações externas) e Rodrigo Dunshee (geral e jurídico) já se mostraram diversas vezes em defesa da volta do público aos estádios.

 A pandemia no país ainda está longe de ser controlada e com o medo de uma nova variante delta. Porém, no estado do Rio de Janeiro a vacinação segue avançada, com a previsão de até novembro todos estarem vacinados com as duas doses, mas foi a falta de acordo com a Prefeitura do estado que fez com que o Flamengo levasse o jogo para o Mané Garrincha.

 O clube carioca teria usado como exemplo para conseguir a liberação no Maracanã, o jogo entre Brasil x Argentina, válido pela final da Copa América, que teve 10% da capacidade do estádio liberado para convidados.

“Há um mês, o risco no Rio saiu de muito alto para alto. Pela legislação, podia ter jogo de futebol com 10% de público. Com base nisso, o Flamengo trabalhou junto à Prefeitura para que liberasse para o Flamengo também. Não dá para ter dois pesos e duas medidas”, explicou Rodrigo Dunshee.

 O Flamengo encaminhou o protocolo à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), parecidíssimo com o protocolo enviado pela Conmebol na Copa América, mas com algumas alterações. A SMS pediu que fossem feitos alguns ajustes, porém o clube está confiante que logo conseguirá a liberação para voltar ao Maracanã.

“O índice, agora, caiu de alto para moderado. É o índice mais baixo da fase pandêmica na legislação atual do município. Agora, já pode ter pelo menos 20% do público. O Flamengo está trabalhando com isso, mas quando não houve uma sinalização positiva (para o Maracanã), a gente começou a trabalhar Brasília. Entendemos que os índices de queda são públicos e notórios. Todas as atividades já voltaram parcialmente”, completou Dunshee.

 Vendo pelo lado financeiro, a necessidade do ‘rubro-negro’ da volta do público aos estádios ficam gritantes quando visualizamos os balanços divulgados pela equipe. Estima-se que o clube tenha tido um prejuízo entre R$ 120 milhões e R$ 150 milhões com sócio torcedor e bilheteria desde o fechamento por conta da pandemia.

 A bilheteria e o sócio torcedor são duas das principais fontes de dinheiro que o Flamengo tem. Sem elas, o clube precisou se adequar a essa nova realidade financeira e isso afetou o futebol da equipe. Hoje, o sócio torcedor do Flamengo conta com 53 mil membros. Em 2019, o número de membros era de 120 mil.

“Estamos fazendo testes, dando uma colaboração para a sociedade. Estamos super sacrificados pela falta de público. A margem de lucro no futebol é muito apertada. Na medida em que você perde R$ 150 milhões por ano, você entra em déficit. Não podemos matar o futebol brasileiro. Eu acho que no Rio de Janeiro faltou esse olhar para o futebol, que também é uma atividade geradora de emprego“, disse Rodrigo Dunshee.

 O Flamengo no primeiro trimestre do ano passado faturou R$ 48,9 milhões com bilheteria, estádio e sócio torcedor. Diferença absurda se pensar que o clube no trimestre desse ano faturou apenas R$ 9,6 milhões, que vieram somente do sócio torcedor.

 O maior exemplo da necessidade do clube em manter a saúde do financeiro foi a saída de Gerson, um dos líderes e principais jogadores técnicos do time, vendido ao Olympique de Marselha por 25 milhões de euros no mês passado. 

 Dentro das 4 linhas, a ausência da torcida foi bastante sentida. Nos primeiros jogos sem torcida, foi visível que o silêncio atarpalhou muito o desempenho dos jogadores em campo.

 Desde o fechamento dos estádios para o público, o Flamengo fez 47 jogos como mandante, com o aproveitamento de 69,5%: 30 vitórias, oito empates e nove derrotas. (Números via: Espião Estatístico)

 


Gustavo Henrique comemora gol contra o Barcelona de Guayaquil -Foto: Alexandre Vidal/FlamengoGustavo Henrique comemora gol contra o Barcelona de Guayaquil (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)


 O Espião Estatístico analisou os 47 jogos anteriores, antes do fechamento dos estádios. O aproveiamento do Flamengo salta para 84,3%: 38 vitórias, cinco empates e quatro derrotas. A última partida Flamengo com torcida, também pela Libertadores, foi contra o Barcelona de Guayaquil, na vitória por 3 a 0, com gols de Gustavo Henrique, Bruno Henrique e Gabi. Vale ressaltar que do time que entrou em campo neste jogo, deixaram o clube: lateral-direito Rafinha, o volante Gerson e o técnico Jorge Jesus.

 

(Foto destaque: O casamento perfeito: Flamengo e nação rubro-negra se reencontram. Reprodução/OneFootball)

 

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