Fake news enviada por Bolsonaro chegou às redes sociais de golpistas

Thaline Silva Por Thaline Silva
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De acordo com a Polícia Federal, o texto de Jair Messias Bolsonaro com forte teor golpista e que previa o impedimento da posse do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a ficar disponível nas redes sociais. 

A coluna do G1 apurou que o texto foi compartilhado pela primeira vez pelo militar da reserva, Ailton Barros, que atualmente está detido por participação no esquema de fraude de cartões de vacinação. O texto inverídico foi compartilhado por ele apenas alguns minutos após o envio feito por Bolsonaro, contendo instruções como “repasse máximo” e sugerindo ataques às urnas, aos institutos de pesquisa, ao Tribunal Superior, e por fim, aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

As investigações apontam que Barros teria pedido a Mauro Cid, o qual também está preso por fraude nos cartões de vacinação, que convencesse Bolsonaro a fazer um decreto chamando as Forças Militares para a realização de um golpe. 

A ação da Polícia Federal

Bolsonaro foi intimado a prestar depoimento no caso que investiga o envio de mensagens falsas e de teor golpista a empresários como Luciano Hang, da Havan, e Meyer Nigri, da Tecnisa. O ex -presidente deve ser ouvido no dia 31 de agosto. 


Jair Bolsonaro no aeroporto de Brasília ( Foto: Mauro Pimental/ Reprodução: Carta Capital)


 

O ministro Alexandre de Moraes optou por fazer a prorrogação contra Hang e Nigri por mais 60 dias. Ainda na mesma decisão, houve o arquivamento contra outros seis empresários. No que diz respeito à Nigri, o relatório da PF indica que há robustas evidências de relação entre o  empresário e a família Bolsonaro, e completa afirmando que há uma grande necessidade de que as diligências continuem sendo feitas, uma vez que esse vínculo revela a forte intenção de divulgação de um grande número de fake news criadas para atentar contra a democracia brasileira. 

No caso Hang, a PF indica, em seu relatório, que é preciso analisar o material apreendido no celular do investigado e que o empresário não forneceu senha. A perícia técnica ainda estaria trabalhando para identificar as chaves de acesso ao aparelho. 

A resposta de Bolsonaro

Após ser intimado pela Polícia Federal para participar das investigações sobre um grupo de WhatsApp com empresários, no qual circulavam mensagens que incitavam golpe de estado, Jair Bolsonaro não negou ter enviado uma mensagem que mencionava uma fraude cometida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apesar de não ter nenhuma prova.  


O ex-presidente Jair Bolsonaro, antes de embarcar em aeroporto (Foto: Cristiano Mariz/Reprodução: Agência O Globo)


Nesta quarta-feira, o ex- presidente, em entrevista à “Folha de S.Paulo”, confirmou o conteúdo da mensagem enviada ao empresário Meyer Nigri, da Tecnisa. 

“Eu mandei para o Meyer, qual o problema? O [ministro do STF e então presidente do TSE Luís Roberto] Barroso tinha falado no exterior [sobre a derrota da proposta do voto impresso na Câmara, em 2021]. Eu sempre fui um defensor do voto impresso”, afirmou Bolsonaro, enquanto fazia uma viagem de Brasília a São Paulo. 

Foto destaque: Troca de mensagens entre Bolsonaro e empresário. (Reprodução:G1) 

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