Em entrevista exclusiva para o tabloide britânico Express UK publicada no último dia 14, o diretor de elenco Martin Campbell revelou sua principal preocupação ao escalar o ator britânico Daniel Craig. De acordo com o neozelandês, que também havia dirigido “007 contra GoldenEye” (1995), temia o casting de Craig, que substituiria antecessor Pierce Brosnan, o protagonista dos três filmes anteriores da franquia.
Pé atrás com Craig
Na entrevista, Martin Campbell teria contado que as dúvidas giravam em torno do fato do britânico não ser bonito o suficiente para personificar o agente secreto. “Minha única hesitação com Daniel… ele era realmente um ator excelente, não há dúvida sobre isso… Foi o fato de que pessoas como Sean Connery, Roger Moore e Pierce Brosnan eram todos Bonds com aparência tradicional: todos eram caras bonitos, todos sexy, todos muito atraentes para as mulheres e assim por diante“.
Registro de Daniel Craig em Hollywood prestes a receber sua estrela no Hall of Fame após 15 anos e cinco filmes da franquia 007 (Foto: Reprodução/ Reuters/ Mario Anzuoni)
“Daniel era obviamente mais atlético e rústico, mas não era um cara tradicionalmente bonito. Então, eu só pensei nisso por um minuto e, além disso, absolutamente era sempre ele”, completou o diretor.
A era Craig como James Bond
A franquia 007 precisou de uma revitalização de seu principal personagem, devido à concorrência com a de Jason Bourne e a série 24 Horas. O fato do personagem não ter sido eternizado na história do cinema em uma persona (ator) única facilitou ainda mais a justificativa de mais uma adaptação do personagem para o cinema moderno, explorando mais nuances humanas do personagem e menos as tradicionais como o terno e gravata, adotando um estilo mais usual.
Em 007 Cassino Royale, Daniel Craig substituiu Pierce Brosnan, primeiro James Bond pós Guerra Fria (Foto: Reprodução/ Keith Hamshere)
O que contribuiu para o sucesso de Daniel Craig nos filmes 007 foi a regular qualidade dos filmes, uma preocupação da EON Productions, que selecionou uma mão de obra requintada, como o diretor Sam Mendes (Oscar de Melhor Diretor com Beleza Americana) para os dois últimos filmes, e os roteiristas John Logan (indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original por Gladiador) e Paul Higgis (vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original com Crash – No Limite).
Daniel Craig ingressou como James Bond em 2006, com “007 Cassino Royale” e, apesar das críticas e incertezas, por não se parecer com a descrição do agente nos livros e nos filmes anteriores, se despediu do papel em “007 Sem Tempo para Morrer “com chave de ouro, recebendo diversos elogios da crítica especializada.
Foto destaque: Daniel Craig na premiere de “007 Sem Tempo para Morrer”. Reprodução/ Reuters/ Henry Nicholls.