Nesta quinta-feira (25), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) anunciou que o governo prevê um crescimento maior do que 3% para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023. Esse comentário foi dado após a projeção do Banco Central sobre o crescimento do PIB neste ano, que foi de 2% para 2,9%.
“E deve subir um pouquinho mais, eu acredito. A nossa projeção já está superior a 3%. Cada um tem sua metodologia, mas está tudo convergindo para a mesma coisa,” o ministro afirmou. “Se você considerar as divergências do começo do ano. Um dizia que ia ter recessão, outro dizia que ia crescer 1%, outro dizia que ia crescer 2%. E todo mundo estava errado porque vai crescer 3%“
A previsão do governo se baseia em outros projetos tributários que ainda podem ser aprovados este ano (Foto: Reprodução/Instagram/@fernandohaddadoficial)
Otimismo econômico
Segundo ainda Haddad, estão aguardando aprovação no Congresso certos projetos econômicos, como o programa Desenrola, um grande marco de garantias e tributação de fundos exclusivos que poderia garantir o melhor parecer final da balança nas contas públicas.
“Sobretudo se a gente votar esses projetos, nós podemos ter um quarto trimestre bom”, disse o ministro da Fazenda. “Isso pode ajudar a fechar as contas ainda melhor“.
O sentimento passado é o de certo otimismo quanto à economia brasileira, que Fernando Haddad vem afirmando desde julho, quando afirmou que “o Brasil está na melhor situação possível.“
No Senado, discute-se a Reforma Tributária, sobre a qual Haddad também comentou. (Foto:Reprodução/Marcos Oliveira/Agência Senado)
Reforma Tributária
Outra análise comentada, além da projeção do Banco Central, foi a feita pel área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a Reforma Tributária, que agora segue no Senado após a aprovação da Câmara.
Foi avaliado pelo documento do TCU que a isenção de impostos (IVAs federal e estadual) das cestas básicas prevista no texto não seria benéfica à população mais pobre, especialmente em comparação a outras possíveis medidas, como o fortalecimento do Programa Bolsa Família.
Quando foi questionado a respeito de possíveis mudanças no texto em resposta à avaliação, o ministro respondeu que os termos da propostas ainda estão abertos para uma possível negociação, relatando que uma agenda de negociação foi acertada com Eduardo Braga, o relator do texto, com fins de formar a maioria necessária para passar o voto.
“Nós podemos até o final de outubro ter uma votação expressiva no Senado,” disse Fernando Haddad, afirmando a confiança no texto. “Se houver alteração, volta para a Câmara para o arremate final. Mas nós temos condições de votar a reforma tributária este ano e promulgá-la este ano“.
A promulgação da Reforma, mesmo em 2023, provavelmente apenas apresentaria efeitos no PIB a partir do próximo ano, de modo que a projeção de 2,9% continua sendo a mais fundamentada.
Foto destaque: O ministro da Fazenda vê o futuro da economia de forma otimista. Reprodução/Edu Andrade/Ascom/MF