Há exatos 10 anos, o Atlético-MG alcançava um marco significativo no cenário do futebol ao concluir a venda do jovem meia-atacante Bernard ao Shakhtar Donetsk por um montante impressionante de 25 milhões de euros, pagos à vista. Naquela época, a conversão da moeda resultava em R$ 76.702.500,00 (equivalente a 134 milhões de reais atualmente). O jogador, com apenas 20 anos na época, era valorizado devido à sua juventude e à recente conquista da Libertadores pelo clube.
Disputa financeira persistente: cobrança de R$ 23 milhões
Uma década após a venda icônica, o Atlético-MG encontra-se envolvido em uma complexa disputa financeira. Em setembro de 2022, a 9ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte determinou que o clube pagasse 30% do valor da transferência de Bernard – equivalente a R$ 23 milhões – a Carlos Roberto da Silva, também conhecido como Índio. Índio alega que estabeleceu um contrato verbal com o Atlético em 2006, desempenhando um papel fundamental na trajetória do meia-atacante até Vespasiano.
A ação judicial, que teve início em 2018, avançou ao longo dos anos e envolveu depoimentos de testemunhas, incluindo o ex-presidente Ziza Valadares. O Atlético contestou as reivindicações, argumentando que Índio não era um agente registrado na CBF e que acordos verbais não tinham validade jurídica. No entanto, a decisão inicial favoreceu Índio, e o clube entrou com recursos em busca de reversão.
Após uma série de recursos e contestações, o caso foi encaminhado à instância superior – o Tribunal de Justiça. O veredicto está programado para ser anunciado em 10 de agosto. Enquanto o Atlético batalha legalmente, Bernard trilhou seu próprio caminho no cenário internacional, tendo passado pelo Shakhtar Donetsk, Everton e Al Sharjah antes de ingressar no Panathinaikos, na Grécia, com um contrato de mais 12 meses, enquanto mantém a esperança de um eventual retorno ao Atlético-MG.
Foto destaque: Bernard é apresentado no Shakhtar Donetsk. Reprodução/Globo