Acne e rosácea são manchas vermelhas na pele que, confundem muitas pessoas devido as suas semelhanças. Porém, cada uma tem características específicas e tratamentos distintos.
A acne, também conhecida como espinhas, está relacionada a glândula sebácea, isto é, a pele passa a produzir mais sebo e com isso inicia-se um processo de inflamação das glândulas sebáceas, o ambiente da derme fica mais favorável a presença de bactérias e, assim acontece a formação da acne. A dermatologista, Dra. Cláudia Merlo, médica especialista em Dermatologia e Cosmiatria pelo Instituto BWS, explica a relação da acne com alterações hormonais. “A acne é um distúrbio dos folículos pilosos e das glândulas sebáceas que apresenta conteúdo bacteriano nas pústulas e tem relação com alterações hormonais”, diz Dra. Cláudia. Geralmente a acne surge durante a adolescência, mas pode persistir ainda na idade adulta.
Já a rosácea é considerada uma doença inflamatória que está relacionada à reatividade vascular, sua principal característica é o eritema, isto é, a vermelhidão na pele e é mais acometida em pessoas de pele clara. É uma doença que não tem cura, mas tem tratamento e controle.
Pele clara com vermelhidão, característica das rosáceas (Foto: Reprodução/GZH)
A dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e a Dra. Claudia, esclarecem a diferença entre acne e rosácea e o principal fator que distingue uma da outra: a região da pele onde elas surgem.
“A rosácea diferencia-se da acne por não apresentar cravos e causar vermelhidão persistente com muitos vasinhos visíveis, o que não ocorre no quadro acneico”, afirma a Dra. Paola Pomerantzeff.
“A acne é encontrada em várias áreas da face, pescoço e costas, enquanto a rosácea afeta principalmente a região do nariz, bochechas e queixo”, complementa a Dra. Cláudia Merlo.
Diferença entre regiões onde se localizam a rosácea e a acne (Foto: Reprodução/Adderm)
A rosácea é dividida em graus: primeiro surge a vermelhidão na pele, segundo surgem as bolinhas vermelhas (processo inflamatório que não é acne), e o terceiro estágio é a junção dos dois estágios anteriores, acrescido de formação de pus. A pele da pessoa com rosácea tende a ser seca e alta sensibilidade.
Com características tão diferentes uma da outra, cabe ressaltar a importância de tratamentos distintos para cada uma. Para a acne o mais importante é não “cutucar” as espinhas, dificultando assim, o tratamento. Manter uma rotina skincare é fundamental para ajudar no controle da oleosidade, associados ao uso de ácido salicílico e peróxido de benzoíla que também ajudarão a proporcionar um resultado favorável.
Em alguns casos os antibióticos orais poderão ser recomendados. “O uso de antibióticos orais também pode ser indicado no caso da acne, assim como o tratamento medicamentoso com isotretinoína em casos em que nenhuma abordagem anterior foi suficiente para combater o problema”, acrescenta a Dra. Cláudia Merlo.
Pele com acne (Foto: Reprodução/ La clinique)
Já para a rosácea, o mais indicado são os dermocosméticos formulados, é o afirma a dermatologista Dra. Paola. “A rosácea não possui cura definitiva, já que é uma doença crônica, com momentos de melhora e piora, mas podemos controlar a condição e aliviar os sintomas através da utilização de dermocosméticos formulados com substâncias calmantes e medicamentos anti-inflamatórios, que ajudam a diminuir o calor e a vermelhidão na face e acalmam a pele. O uso de sabonetes e demaquilantes específicos para peles reativas também é importante”, concluiu a Dra. Paola Pomerantzeff.
É importante ressaltar que o médico dermatologista de confiança deverá ser consultado para, dessa forma, identificar e indicar o tratamento correto para cada uma das situações. Práticas saudáveis, como boa alimentação, beber água e, ainda, evitar o stress são circunstâncias fundamentais que ajudarão no tratamento.
Foto destaque: Características distintas entre rosácea e acne. Reprodução/Yamagata.