Quando o assunto é roupa, logo pensamos nas tendências de moda do momento — uma carta na manga para o mercado da moda e vestuário para instigar o desejo do consumidor. O serviço sustentável, na hora de adquirir o look do momento, era a última preocupação. No entanto, um crescente movimento global em direção ao consumo consciente, transformou a moda sustentável, numa tendência da moda. Isso fez com que o mercado visse a necessidade de encarar o desafio de se reinventar, e investir em tecnologias mais eficientes que não produzam ou minimizem os impactos ambientais gerados no processo de desenvolvimento de produtos. A boa notícia, é que dá para se vestir bem e de forma sustentável ao mesmo tempo.
Conheça, a seguir, o serviço sustentável de trabalho, que algumas marcas das principais varejistas adotaram:
Renner e Youcom
Entre as iniciativas adotadas, segundo as marcas, está a de que parte dos jeans comercializados são 100% rastreáveis usando a tecnologia blockchain, que permite o acompanhamento de todo o ciclo de produção da peça, desde o cultivo do algodão até à fabricação de fato. Os jeans são feitos em parceria com a Abrapa (Associação Brasileira dos Produtos de Algodão) por meio do programa SouBR (Sou de Algodão Brasileiro Responsável) que rastreia fazendas certificadas, onde a matéria-prima é produzida, até a entrega do produto ao consumidor.
A Renner utiliza algodão e viscose em suas coleções e possui 80% do vestuário composto por peças mais sustentáveis. Até 2030 a marca pretende alcançar 100% de rastreabilidade dos produtos de algodão, além de passar a tecnologia também para mais matérias-primas têxteis. Criadora do programa EcoEstilo, que permite aos clientes descartar embalagens e frascos de cosméticos e roupas em uma das 330 lojas que possuem postos de coleta, dando um destino correto para todos os itens. O Sacola do Bem, onde os clientes podem enviar para a plataforma de revenda online as peças que estão paradas em seu guarda-roupa para que sejam revendidas.
Amaro
A Amaro lançou uma coleção de camisetas feitas em malha com 50% PET reciclado e 50% algodão, em parceria com a Plastic Bank, empresa que tem entre suas missões parar o plástico nos oceanos. A coleção de camisetas faz parte do portfólio sustentável de moda da marca que já conta com linha fitness produzida com fibra biodegradável, óculos de acetato sustentável e jeans com produção otimizada, que economiza 100 mil litros de água por ano, substituindo métodos de lavagem por máquinas à laser. Além disso, desde 2018, a Amaro também introduz entregas por bike delivery em São Paulo, uma alternativa menos poluente e que beneficia o trânsito. Até 2020, essa iniciativa impediu a emissão de 4,8 toneladas de CO2 na atmosfera e agora, em 2022, a, aumenta de 8% para 18% a representatividade da modalidade na cidade.
Ação sustentável da Amaro (Foto: Reprodução/ Instagram)
IDA
As escolhas das matérias-primas da IDA são feitas com o auxílio do Instituto Ecotece, que busca mostrar para a marca fornecedores e práticas de moda ética para sua cadeia de produção. Em 2021, o balanço deste trabalho conjunto foi de nove grupos, impactando 65 empreendedores. Isso resultou na produção de 2.122 roupas, gerando cerca de 45 mil reais em renda para empreendedores vulneráveis.
Em pareceria com o Ecotece, a IDA produz bolsas sustentáveis e algumas peças de malharia com inserção de técnicas artesanais. Outra ação da parceria, foi o trabalho com 10 diferentes pequenos grupos produtivos, com o uso de técnicas como corte e costura de malharia, costura de acessórios, serigrafia, crochê e bordado manuais. A marca também apoia a Semana do Lixo Zero, criada pelo Instituto Lixo Zero. Nela, 100 cidades brasileiras participam de uma conversa sobre boas práticas para redução do descarte de resíduos. A campanha Reciclos, com objetivo de motivar seus consumidores a retornar as embalagens de papel presencialmente ou nas vendas online
Levi’s
Em fevereiro deste ano, a Levi’s adicionou em sua coleção um modelo da calça jeans 501 Original da marca, com tecido de algodão orgânico com o denim reciclado em fibras.
A junção dessas duas matérias-primas resulta no tecido circulose, inovação vinda da empresa têxtil sueca Renewcell. A empresa compra peças de roupa e produção têxtil descartadas que contenham uma grande proporção de algodão e viscose, que são matérias-primas com base em celulose. Uma máquina remove aviamentos e outros detalhes, além de separar todo o material não-celulósico, e, em seguida, tritura e dissolve quimicamente os tecidos.
C&A
A C&A afirma estar alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU): Igualdade de gênero, água limpa, trabalho humanizado, crescimento econômico, consumo e produção responsáveis e ação contra a mudança global do clima. A maioria das coleções conta ao menos um atributo de sustentabilidade e atua com mais de 90% de algodão mais sustentável nas peças.
A companhia investe também na reciclagem de roupas, bem como no descarte correto. A ação acontece desde 2017, com o movimento ReCiclo, que aceita roupas de qualquer marca para reaproveitamento em mais de 190 lojas da C&A espalhadas em todo Brasil. As peças em boas condições são doadas para instituições parceiras e as que precisam ser descartadas são encaminhadas para reciclagem. A marca também colabora recolhendo lixo eletrônico e fazendo descarte ambientalmente correto, desde 2010. Um exemplo, é a urna disponibilizada no departamento de beleza das lojas da C&A, para os cosmésticos descartáveis. Já os itens de informática da empresa que estão muito avariados, são reciclados e depois são doados para instituições carentes.
Marisa
A empresa possui parceria com a Organização Não Governamental (ONG) Gerando Falcões, desde 2021. Através de coletores de peças usadas em algumas das lojas físicas da marca para doação, os itens doados são comercializados no bazar-escola da Gerando Falcões, com valores acessíveis à população de baixa renda. O valor arrecadado das vendas é investido em programas de transformação nas periferias e favelas.
A Marisa realiza programas de gestão de resíduos com os fornecedores, que são auditados conforme checklist da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), além de auditorias internas do time da companhia de conformidade. Apoia o Pacto Global da ONU Brasil e participa da ModaComVerso, liderado pela ABVTEX, que tem o compromisso de exercer boas práticas trabalhistas. Tem parceria com o Instituto Ethos, que presta serviço de diagnóstico, planejamento e gestão de responsabilidade social da companhia. Já recebeu várias vezes o Certificado Internacional de Energia Renovável (I-REC), selo que comprova que a energia consumida é proveniente de fonte renovável. E tem como objetivo, que o consumo corporativo de energia sustentável seja de até 75% até 2023.
Ação sustentável da Marisa (Foto: Reprodução/ Instagram)
Havaianas
Todo o volume de sandálias coletado nas urnas é encaminhado para cooperativas, que fazem a triagem dos produtos e os encaminham para a reciclagem, para serem transformados em outros produtos. A marca garante que cerca de 40% da sola dos modelos Havaianas Top, Tradi e Slim seja feita de resíduos de produção. Possui uma parceria com o Instituto IPÊ e com a Conservação Internacional, com linhas de produtos que revertem 7% das vendas dos produtos para essas instituições.
Além disso, a empresa participa do programa ReCiclos, que busca a compensação do carbono emitido pelos outros modais, como carro e caminhão, por meio do plantio e da preservação de árvores na Amazônia.
Foto de Destaque: Moda sustentável. Reprodução/ Puput
