Soroterapia estética: promessas vazias e controvérsias no mundo da beleza

Adrielle Alvim Por Adrielle Alvim
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A soroterapia é uma técnica terapêutica utilizada para tratar diversas doenças e condições de saúde. Ela consiste na aplicação intravenosa ou subcutânea de soros ou plasma sanguíneo, que contêm anticorpos e outras substâncias que ajudam a combater infecções e inflamações. A soroterapia é usada em diversos tratamentos, como imunização, controle de alergias, doenças autoimunes, entre outras.

No entanto, a soroterapia também ganhou destaque no mundo da estética, sendo chamada de “soro da beleza”. Nesse caso, o procedimento consiste na aplicação intravenosa de vitaminas, minerais, aminoácidos, antioxidantes e anti-inflamatórios, com o objetivo de melhorar a qualidade da pele, auxiliar no processo de emagrecimento e desinflamação do organismo, aumentar a massa magra e potencializar o sistema imunológico.

Apesar das promessas de benefícios estéticos, é importante ressaltar que a soroterapia da beleza para fins estéticos não é uma prática recomendada pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e por outros órgãos regulatórios da área da saúde. A reposição de nutrientes por meio de soroterapia deve ser feita apenas em casos de deficiência nutricional comprovada ou em pacientes com dificuldade de absorção de nutrientes por via oral. A ABRAN emitiu um comunicado em 2022 reforçando que a prática da soroterapia estética não possui evidências científicas que comprovem seus benefícios para a pele e cabelos. É importante buscar orientação médica antes de realizar qualquer tratamento estético ou de saúde.


Comunicado ABRAN sobre a “soroterapia da beleza”.


Além disso, a realização da soroterapia estética sem necessidade médica pode acarretar diversos riscos à saúde. Um dos principais é a possibilidade de intoxicação por excesso de vitaminas ou minerais, já que a absorção e metabolização dessas substâncias podem variar de pessoa para pessoa, sendo necessário um acompanhamento médico individualizado.

Outros riscos incluem o uso inadequado de agulhas e a falta de higiene no processo, que podem aumentar o risco de infecções locais e sistêmicas. Também podem ocorrer reações alérgicas, alterações no equilíbrio eletrolítico e aumento da pressão arterial.

Por isso, é fundamental que a soroterapia seja realizada apenas por profissionais de saúde habilitados, com equipamentos e insumos adequados e em ambiente estéril. A automedicação ou a realização de procedimentos estéticos sem indicação médica podem colocar em risco a saúde e a integridade física do paciente. É importante estar consciente dos riscos e buscar orientação médica antes de realizar qualquer tipo de tratamento estético ou de saúde.

 

Foto Destaque: Mulher. Reprodução/Freepik

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