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Greve na USP é suspensa após mais de um mês

03 Nov 2023 - 19h30 | Atulizado em 03 Nov 2023 - 19h30
Greve na USP é suspensa após mais de um mês

Em assembleia nesta quarta-feira (1), estudantes da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP votaram, em assembleia, pelo fim da greve. A unidade foi a última a votar, após mais de 6 semanas sem aulas. A mobilização, que teve apoio de parte dos professores, aconteceu em decorrência da falta de docentes em alguns cursos e também pela ampliação das políticas de permanência estudantil, como o funcionamento dos restaurantes universitários no fim de semana. Aulas devem voltar na próxima quarta-feira (8).

Estudantes grevistas são ameaçados de punição

Diante da adesão majoritária de estudantes a greve, a Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) emitiu uma nota circular orientando a reprovação em massa dos grevistas, o que prejudicaria, principalmente, aqueles que estão cursando o primeiro ano letivo, já que esses são proibidos de reprovar em todas as disciplinas. Em resposta, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) entrou na última sexta-feira (27) com um processo contra a universidade, alegando que a decisão da PROGRAD é uma “retaliação política”.


 


O que diz a reitoria

A reitoria afirma que a intenção não é retaliar os estudantes e que a decisão sobre reprovação recairá sobre as unidades, já que quem controla a frequência são os professores. Sobre o processo aberto pelos estudantes, a reitoria afirma que prestará os esclarecimentos necessários assim que a USP seja intimada judicialmente.

Falta de professores

De acordo com a Pró-Reitoria de Graduação, há 5.151 docentes na universidade, o menor número desde 2014. Isso aconteceu porque muitos desses profissionais se aposentaram ou morreram, mas não foram substituídos. A situação causou prejuízos aos alunos e às alunas da instituição, que em muitos casos, tiveram que atrasar a formatura.

A reposição do quadro de professores foi a principal reinvindicação dos grevistas, acompanhada por outras pautas, como a reformulação do Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil (Papfe) e a manutenção de alguns cursos que serão extintos.

 

Foto destaque: estudantes da USP protestam contra falta de professores (Reprodução/ Jessica Bernardo/ Metrópoles)