Diretor e ator Aderbal Freire-Filho morre aos 82 anos

Rayssa Liberato Por Rayssa Liberato
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Ator e diretor Aderbal Freire-Filho faleceu na tarde da última quarta-feira (9). Ele estava internado desde 2020, quando sofreu um AVC hemorrágico. O Hospital Copa Star, localizado na Zona Sul do Rio de Janeiro, não informou a causa. Aos 82 anos, ele era casado com a atriz Marieta Severo.  

Em 2022, a atriz, detalhou sobre o estado de saúde do marido, após ele sofrer o AVC durante a pandemia de covid-19. “Vi que ele estava estranho. Ele estava tendo o AVC. Foi uma grande sorte, porque chamei ajuda. Se não, ele ficaria sozinho, caído lá. Podia ter morrido. Aí você vê aquela pessoa, ativa intelectualmente, cheia de limitações. É a grande dor da minha vida todos os dias. Eu tenho um mini-hospital em casa, com fisioterapia e fonoterapia. Mas ele não tem mais autonomia. É muito cruel”, disse ela.  


Marieta Severo e Aderbal Freire-Filho (Foto: reprodução/André Durão/Estadão)


Homenagem de Artistas  

Um dia de luto para o teatro brasileiro, alguns artistas homenagearam Aderbal, nas redes sociais, como Débora Falabella “Aderbal, que tristeza. Mais um mestre que se foi! Que honra ter sido dirigida e aprender com você. Abraço forte em Marieta”.  

“Aderbal. Um de nossos grandes gênios teatrais. Que Domingos e Paulo José te recebam em festa! Para Marieta, todo o meu carinho e admiração“, comentou Claudia Abreu.  

“Era um cara de teatro, incrível, que te ajudava a parir uma cena, que tinha um conhecimento de palco, de personagem extraordinário. Aderbal, vá em paz, meu mestre. Esse cara incrível que você foi e é. E Marieta: meu beijo imenso para você”, disse a atriz Fernanda Torres.


Diretor José Celso e Aderbal Freire (Foto: reprodução/Tiago Queiroz/Estadão)


Carreira de Aderbal Freire-Filho 

Aderbal Freire nasceu em Fortaleza, no Ceará, em 1941. Foi fundador do Centro de Demolição e Construção do Espetáculo (CDCE), em 1989, e do Grêmio Dramático Brasileiro, em 1973. O diretor, chegou no Rio de Janeiro em 1970, e fez sua primeira estreia como ator em “Diário de Um Louco,” de Nikolai Gogol (1809- 1852), representado dentro de um ônibus que circulava pela cidade do Rio.

A primeira direção foi “O Cordão Umbilical”, de Mario Prata, em 1972. Seu primeiro grande sucesso profissional foi o monólogo com Marília Pêra, em “Apareceu a Margarida”, de Roberto Athayde em 1973. 

Em 1980, desempenhava experiências com teatro de rua, com montagens de dramas sacros e adaptações para o Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade. Sua grande marca no teatro brasileiro foi a busca permanente por novas técnicas de dramaturgia e encenação que priorizava o ator como o principal da linguagem e comunicação do texto.   

 

 

 

Foto destaque – Aderbal participa da mesa dramaturgos e roteristas. Reprodução Felipe Rau /Estadão

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