Em autobiografia, Tina Turner conta sobre a busca espiritual para lidar com a depressão: “Tentei me suicidar”

Déborah Gama Por Déborah Gama
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Tina Turner, mais conhecida como Rainha do Rock N’Roll, conta na biografia “A plenitude do ser: o guia para uma vida transformada” sobre o movimento de buscar a espiritualidade a fim de lidar com a depressão, principalmente após tentativa de suicídio. O livro chega nas livrarias brasileiras em janeiro, pelo selo Alta Life, do Grupo Editorial Alta Books.

A cantora de 83 anos conta que, quando tinha quase 30 anos, estava se sentindo deprimida e desapontada com a própria vida. Assim, perdeu totalmente a esperança de melhorar e tentou encerrar a vida após ingerir um frasco inteiro de pílulas para dormir. Contudo, algumas pessoas a encontraram e direcionaram ao hospital, onde Tina foi cuidada e reanimada. 

“De início, quando despertei no meu leito hospitalar e percebi que ainda estava viva, fiquei decepcionada. Naquela época, achava que a morte era a única escapatória das minhas condições dolorosas”, confessou a artista. 

Após a situação de quase morte, Tina Turner afirma que diversas pessoas teriam sugerido que experimentasse a filosofia budista. “Não muito tempo depois, porém, várias pessoas, uma após a outra, sugeriram que eu experimentasse chantar o mantra Nam-myoho-renge-kyo, e aprendi com a sabedoria dos princípios budistas”, relembra a celebridade. 


Tina Turner acredita e segue a filosofia budista. (Foto: Reprodução/Instagram)


O símbolo feminino do Rock N’Roll explica que, de início, ignorou os convites para conhecer melhor a filosofia budista, mas de tanto aparecer em sua vida, decidiu experimentar. “Logo depois de começar a praticar o budismo, percebi que tinha dentro de mim tudo do que precisava para mudar minha vida para melhor. Passei a ter mais esperança e confiança, e as transformações internas que realizei através da minha prática espiritual me ajudaram a ter mais alegria e sucesso”, relata. 

Hoje, Tina visualiza a si mesma como alguém que sabe encontrar a felicidade, independente das circunstâncias que a cercam. A cantora reflete sobre o potencial interno de cada ser humano e de como tudo que alguém pode precisar já está dentro de si, basta acessar esta informação. “Para mim, uma vida feliz significa se sentir confiante e alegre, sabendo que nossa sabedoria interna pode nos guiar para realizarmos mudanças positivas na vida, independentemente de que circunstâncias estejamos enfrentando”, disse a artista. 

A vencedora de 12 prêmios Grammy reflete que, em meio a condição atual da sociedade, cheia de incerteza e desesperança, enxerga o compartilhar de sua jornada espiritual como algo positivo e que pode inspirar os leitores através da narrativa da história pessoal da cantora, que superou tantos obstáculos, mesmo durante circunstâncias impossíveis. 


Tina Turner foi casada com Ike Turner e os dois formavam um duo de Soul e Rock N’Roll, chamado “Ike & Tina Turner”. (Foto: Reprodução/Divulgação)


Tina Turner, além de ter sofrido de depressão, também sofreu por 16 anos dentro de um relacionamento abusivo. A cantora foi casada com o músico Ike Turner de 1962 até 1978, que constantemente a agredia, estuprava e ameaçava tirar a vida da artista. Após se aproximar do budismo, Tina reuniu coragem para se divorciar do agressor e assim o fez, o que resultou em uma divisão de bens nada favorável para a dançarina, que permaneceu somente com o sobrenome do ex-marido. 

Aos 44 anos, quase uma década após o divórcio, Tina Turner retornou com “Private Dancer”, um dos álbuns mais bem sucedidos da história. A cantora arrastou multidões e encheu estádios, assim como já vendeu 100 milhões de discos e é uma das poucas artistas a atingir este marco. 

 

Foto destaque: Tina Turner. Reprodução/Instagram

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