Tina Turner, mais conhecida como Rainha do Rock N’Roll, conta na biografia “A plenitude do ser: o guia para uma vida transformada” sobre o movimento de buscar a espiritualidade a fim de lidar com a depressão, principalmente após tentativa de suicídio. O livro chega nas livrarias brasileiras em janeiro, pelo selo Alta Life, do Grupo Editorial Alta Books.
A cantora de 83 anos conta que, quando tinha quase 30 anos, estava se sentindo deprimida e desapontada com a própria vida. Assim, perdeu totalmente a esperança de melhorar e tentou encerrar a vida após ingerir um frasco inteiro de pílulas para dormir. Contudo, algumas pessoas a encontraram e direcionaram ao hospital, onde Tina foi cuidada e reanimada.
“De início, quando despertei no meu leito hospitalar e percebi que ainda estava viva, fiquei decepcionada. Naquela época, achava que a morte era a única escapatória das minhas condições dolorosas”, confessou a artista.
Após a situação de quase morte, Tina Turner afirma que diversas pessoas teriam sugerido que experimentasse a filosofia budista. “Não muito tempo depois, porém, várias pessoas, uma após a outra, sugeriram que eu experimentasse chantar o mantra Nam-myoho-renge-kyo, e aprendi com a sabedoria dos princípios budistas”, relembra a celebridade.
O símbolo feminino do Rock N’Roll explica que, de início, ignorou os convites para conhecer melhor a filosofia budista, mas de tanto aparecer em sua vida, decidiu experimentar. “Logo depois de começar a praticar o budismo, percebi que tinha dentro de mim tudo do que precisava para mudar minha vida para melhor. Passei a ter mais esperança e confiança, e as transformações internas que realizei através da minha prática espiritual me ajudaram a ter mais alegria e sucesso”, relata.
Hoje, Tina visualiza a si mesma como alguém que sabe encontrar a felicidade, independente das circunstâncias que a cercam. A cantora reflete sobre o potencial interno de cada ser humano e de como tudo que alguém pode precisar já está dentro de si, basta acessar esta informação. “Para mim, uma vida feliz significa se sentir confiante e alegre, sabendo que nossa sabedoria interna pode nos guiar para realizarmos mudanças positivas na vida, independentemente de que circunstâncias estejamos enfrentando”, disse a artista.
A vencedora de 12 prêmios Grammy reflete que, em meio a condição atual da sociedade, cheia de incerteza e desesperança, enxerga o compartilhar de sua jornada espiritual como algo positivo e que pode inspirar os leitores através da narrativa da história pessoal da cantora, que superou tantos obstáculos, mesmo durante circunstâncias impossíveis.
Tina Turner, além de ter sofrido de depressão, também sofreu por 16 anos dentro de um relacionamento abusivo. A cantora foi casada com o músico Ike Turner de 1962 até 1978, que constantemente a agredia, estuprava e ameaçava tirar a vida da artista. Após se aproximar do budismo, Tina reuniu coragem para se divorciar do agressor e assim o fez, o que resultou em uma divisão de bens nada favorável para a dançarina, que permaneceu somente com o sobrenome do ex-marido.
Aos 44 anos, quase uma década após o divórcio, Tina Turner retornou com “Private Dancer”, um dos álbuns mais bem sucedidos da história. A cantora arrastou multidões e encheu estádios, assim como já vendeu 100 milhões de discos e é uma das poucas artistas a atingir este marco.
Foto destaque: Tina Turner. Reprodução/Instagram