O cantor Toni Garrido é vocalista da banda Cidade Negra, uma das bandas de reggae mais famosas do Brasil. Toni é cantor, compositor e ator brasileiro. Algumas das obras que fez presença foram: Xuxa Abracadabra, Totalmente Demais e Sobrevivente Urbano.
O grupo Cidade Negra conta com 35 anos de carreira, seus lançamentos musicais marcam presença em diversos eventos nos dias atuais como a música “Onde você mora?”. Cidade Negra surgiu em Belford Roxo, no Rio de Janeiro e atualmente é composta por três membros, são eles Toni, Bino Farias e Lazão.
Nossa equipe bateu um papo bem interessante com o vocalista Toni e ele nos contou mais um pouco sobre curiosidades em sua carreira, sobre novos projetos, sobre a luta antirracista a qual Toni faz parte, entre outras coisas bem interessantes. Confira a entrevista completa na íntegra:
– Há alguns dias o Overdriver Duo lançou uma colaboração com você, a música “Teu Olhar”. Como foi o processo de iniciação para essa colaboração que promete agitar o meio musical?
Foi muito legal esse encontro com o Overdriver, a gente se conheceu quando eu fui fazer uma live para o Cazuza e um querido em comum nos apresentou, o Pepe, uma pessoa do audiovisual que estava coordenando, fazendo aquela live. E foi afinidade imediata. E a parte legal também, é que eles tiveram muita afinidade com o Jorge Israel que veio a ser um irmão, parceiro querido de canções, tenho uns 5 anos, a maior parte das faixas que tenho são feitas com ele. E eles também tiveram uma vibe boa com o Jorge Israel. Me convidaram para participar de uma canção que eles estavam fazendo, ela já tinha uma certa estrutura e eu adorei. Continuei, a gente desenvolveu mais, então acabamos que escrevemos em seis mãos essa canção. “Teu Olhar” é uma música muito legal, muito feliz com a pegada deles, e eles são talentosos. A Fabi é uma ninja, toca vários instrumentos, canta pra caramba, tem uma noção de música absolutamente maravilhosa. E o Evandro é aquilo ali que a gente sabe, aquela certeza, aquele baixo maravilhoso, aquela facilidade para produzir. É uma dupla incrível. Estou muito feliz em estar fazendo essa, mais que uma colab, uma parceria e já tem mais outras duas que a gente vai apresentar também.
Capa do single “Teu Olhar”. (Reprodução/ Divulgação)
– Sabemos que as pessoas te acompanham e adoram o som que você faz, são letras vivas que retratam muitas vidas. Você já tem em mente seu próximo projeto, música nova? Conta pra gente.
Isso você acertou na mosca! Eu continuo tentando desenvolver o que eu acho que posso fazer, não com mais facilidade, mas que eu tenha mais competência para fazer que é impressão sobre a vida, a partir da minha ótica, normalmente partindo das minhas experiência pessoais , mas não só necessariamente. Eu gosto de falar de amor universal, gosto muito de ir alterando e ir renovando os imites com as possibilidades de amar e perdoar. Gosto muito de falar sobre futuro, sobre como a vibração pode determinar o que é futuro. Tem uma canção agora que vai começar a ser divulgada, novo trabalho onde eu fiz um videoclipe em que a protagonista é uma atriz de um belo peso, preta, linda, maravilhosa…que é a minha heroína, minha gata no videoclipe da minha nova música “VAI”. Porque se a gente vai o mundo vem atrás, o sentimento leva a gente a flor da pele…
– Você tem uma marca em sua vida que é a luta antirracista, vindo de uma pessoa pública, isso é muito importante, pois dá voz a quem não tem voz. Como é a sua caminhada nessa luta?
O racismo só é vencido com educação, com leis e com espírito forte. Tem que conviver com ele, tem que combatê-lo, tem que acreditar que ele está aí. Não pode também ceder a quem diz que é “mimimi”, e é muito triste isso, mas há de ser inteligente, embasado. 50% da população é racista, de verdade, aí vai o racismo de 0 a 100 todo mundo sai, mas é total. Então a única questão que eu acho é que hoje não adianta só ser antirracista não, tem que ser anti-homofóbico…tem que ser anti um montão de coisas na ativa, caso contrário você está só criando uma bomba relógio para você, sua família e seus amigos.
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– Em relação a pandemia, como foi pra você, sendo artista, toda essa situação? Lidar com lives e toda essa forma remota que invadiu nossas vidas de repente.
As lives não são shows, mas são experiências. São shows do ponto de vista da música, sempre encarei assim. Eu acho que o que a gente tá fazendo ali é levar a música a sério, tocar as coisas, tocar as pessoas, então do ponto de vista musical é um show, mas do ponto de vista da vivência não, é uma nova vivência musical. A gente tem que lembrar que é um show digital, né?! Com uma relação digital. E aí depois que foi evoluindo até você começar a ver a plateia também digital. Primeiro você só fazia a live, sabendo que as pessoas estavam te vendo. Depois você começou a poder ver a plateia em pequenos pixels dentro da sua área de atuação. Aí você tem que descobrir uma relação com aquilo, uma relação amorosa, carinhosa com aquelas pessoas que estão digitais. Isso é muito louco, mas graças a Deus tem isso. E eu acho que elas vão para um outro caminho daqui a pouco. As lives serviram para nos manter conectados, alimentados. Outros não, fizeram lives de graça e se sentiram alimentados de arte, de contato pelo menos. Vamos ver o que vem, sou grato pelas lives, só espero que a gente mude, que a gente volte melhor. Se preparem!
(Exclusivo: Toni Garrido fala sobre carreira, projetos futuros e movimento antirracista. /FOTO: Reprodução/Instagram )