A supermodelo Linda Evangelista veio a publico e falou sobre o procedimento que desfigurou seu rosto, em uma entrevista concedida para a revista People, divulgada nesta quarta-feira (16). Nos últimos seis anos, a modelo ficou reclusa, afastou-se das redes sociais e parou até mesmo de sair de casa. Em meados de setembro de 2021, que a top dos anos 90 se abriu pela primeira vez sobre sua atual imagem, autoestima e aceitação.
Linda Evangelista, de 56 anos, passou pelo procedimento “CoolSculping” há seis anos e acabou sofrendo um efeito colateral. Infelizmente, Linda não obteve os resultados desejados e sua aparência ficou ”deformada”, segundo alegação da modelo. Ela chegou a processar a empresa controladora do método, a Zltiq Aesthetics Inc., alegando que não pode mais trabalhar desde que passou por sete sessões do procedimento.
Em sua entrevista para a revista People, ela comentou sobre como gostava de desfilar e sobre seu atual medo de sair na rua:
“Adorei estar na passarela. Agora tenho medo de encontrar alguém que conheço. Eu não posso mais viver assim, me escondendo e com vergonha. Eu simplesmente não podia mais viver com essa dor. Estou disposta a finalmente falar. Não vou mais me esconder”, ela conta.
Linda Evangelista para capa da revista People (foto: Reprodução/ Revista People)
Foi somente após três meses do tratamento que Evangelista passou a notar as protuberâncias no queixo, coxas e mamas, as mesmas áreas em que ela realizou o procedimento com intuito de reduzir, mas que passou a aumentar, endurecer e a ficar dormentes. Linda narrou como passou a desconfiar sobre ter dado algo errado e de como foi buscar ajuda:
“Tentei resolver sozinha, achando que estava fazendo algo errado. Cheguei a um ponto em que não estava comendo nada. Achei que estava enlouquecendo” Ela começa explicando que, de primeira, pensou ser um aumento de peso normal. Então intensificou os exercícios físico e tentou readequar sua alimentação.
Segundo Linda, apenas quatro meses depois o procedimento e um mês tentando perder peso, foi que ela buscou um médico. “Eu estava chorando e disse: ‘Não comi, estou morrendo de fome. O que estou fazendo de errado?'”. e então o profissional lhe deu a notícia sobre a doença: a modelo estava com uma hiperplasia adiposa paradoxal (HAP). “Ele me disse que nenhuma dieta ou exercício iria consertar isso”
De acordo com especialista, que também conversou com a People, a hiperplasia em questão afeta apenas 1% dos casos do procedimento “CoolSculpting”. Linda também conta que a empresa se propôs a pagar por uma lipoaspiração para reduzir os danos, mas ela acabou negando e fazendo pelo próprio bolso meses depois.
A modelo ainda desabafou falando que não consegue mais encarar a própria imagem. “Eu não me olho mais no espelho. Não parece comigo”. Ela questionou a si mesma e ao público sobre os procedimentos estéticos que as pessoas estão dispostas a enfrentar para alcançar um determinado padrão de beleza. “Por que sentimos a necessidade de fazer essas coisas [com nossos corpos]? Eu sempre soube que envelheceria. E sei que há coisas pelas quais um corpo passa. Mas eu simplesmente não achava que ficaria assim. Não me reconheço fisicamente, mas também não me reconheço mais como pessoa. Ela [Linda Evangelista, modelo] desapareceu”.
Linda encerrou a entrevista falando sobre como o trauma estar a ajudando a ajudar novas pessoas. “Espero poder me livrar de um pouco da vergonha e ajudar outras pessoas que estão na mesma situação que eu. Esse é o meu objetivo”.
Foto destaque: Linda Evangelista. Reprodução/Instagram