Com uma família digna de capa de revista, Marcos Mion concedeu uma entrevista pra lá de especial em comemoração ao dia dos pais que se aproxima. Mas engana-se quem pensa que o comunicador não tenha passado por uma transformação pessoal como pai para conseguir preservar na adolescência e pré-adolescência dos filhos essa relação de amor, respeito e admiração em família.
“A adolescência nada mais é que um grande processo de ruptura com o seu berço, com o que viveu com a sua família até aquele momento. Até então, as coisas foram – com muito amor – impostas para a criança. Ela ia nos lugares que eu deixava, via as coisas que eu queria e que achava que eram boas… E isso forma a personalidade básica. Quando você dá todo aquele material para ela e a deixa munida de toda essa força, chega o momento dela romper e começar a se enxergar, ver quem ela é e o que ela quer”.
“Para isso ela tem que soltar as amarras, testar os limites e se desligar das minhas vontades. Isso é muito saudável, mas não é fácil para um pai que sempre esteve no posto do ‘cara mais sensacional do mundo’, ‘maior exemplo e inspiração’, ‘o que sabe tudo’, entender que não vai mais estar nesta posição. Eu sofri bastante. Tive que ligar muito para minha mãe, que me ajudou muito. Não está sendo fácil ainda”, admite ele, citando a mãe, Carmem Chaib Mion, presidente da Sociedade Brasileira de Psicanálise.
Mion estrela capa de revista ao lado de sua família. (Foto: Reprodução/Quem)
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Contudo, o apresentador relembrou quando estrelou a capa do mesmo veículo de comunicação (Revista Quem) no ano de 2017: “Antes havia uma situação de muita segurança de que se você tivesse o amor incondicional, agisse com seu instinto paterno de proteção e fizesse com que aquelas crianças entendessem que elas eram muito amadas, você não tinha muito como errar. Elas estavam em uma redoma de amor, aceitação e compreensão para que, assim, se sentissem aptas para conquistar o mundo. Durante um período da vida, o amor é basicamente o que uma criança precisa. Agora tem uma evolução física, hormonal, espiritual e social. O tabuleiro mudou completamente o jogo. Só ter o amor incondicional e estar lá o tempo inteiro provendo e protegendo não é mais suficiente”, avalia.
Ademais, ele assume que o concelho que mais lhe ajudou foi o de olhar com uma perspectiva diferente para essa nova realidade. Ao invés de pensar que estava perdendo o posto, Mion entendeu a etapa como um sinal de que sua criação estava no caminho certo. “Um conselho que a minha mãe me deu é que eu tenho que ficar muito orgulhoso por eles quererem ganhar o mundo, já que isso é um ciclo natural, um resultado de todo o meu esforço e dedicação para com eles durante a infância. Isso mudou minha perspectiva porque eu ainda estava tentando segurar tudo, sendo que não é mais hora disso. Tem que acreditar em tudo o que você fez ali. Quando você entende isso dá muita paz para você e para a criança”, concluiu.
(Foto Destaque: Marcos Mion. Reprodução/Instagram)