Marcos Oliveira o eterno “Beiçola” vive de caridade

Mylena Abreu Por Mylena Abreu
11 min de leitura

Recentemente foi divulgado na internet que o ator Marcos Oliveira, conhecido por seu personagem Beiçola, na série “A Grande Família” da TV Globo, morreu. Piadas chatas não são incomuns na vida do comediante, mas desta vez, notícias falsas sobre sua morte colocaram a vida de Marcos no centro das atenções.

Os últimos anos não foram fáceis. O ator de 66 anos passou por várias operações devido a um infarto agudo do miocárdio e fístula uretral. Problemas de saúde o afastaram do trabalho, e a falta de dinheiro. Chegou ao ponto em que eles tiveram que fazer uma ‘vaquinha’ online para pagar o tratamento e até a comida.

A amiga Tata Werneck criou um plano de saúde para Marcos, mas o ator ainda depende de caridade para pagar outras contas.


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O ator forneceu uma entrevista exclusiva a New Mag, quando compareceu ao Prêmio PRIO de Humor, no Rio de Janeiro. Segue a entrevista abaixo.

“As “vaquinhas” não têm funcionado mais. Mas muita gente me ajuda com o que pode. Tem gente que me dá R$ 300, mas já teve gente que me deu R$ 1,67 centavos. Eu aceito. Aceito o que for possível”, disse ele para NEW MAG.

“Vou te fazer uma pergunta que só parece simples, mas não é. Como está a vida?”, perguntou New Mag. 

“Está difícil. Não está fácil, não. Porque, na realidade, passei por um processo de operações, mas estou em recuperação. Estou no final. Já tirei as duas sondas, só estou com a colostomia. Amanhã faço uma ressonância magnética e devo marcar a colostomia para voltar ao normal. Só que não vou fazer isso agora porque estou zerado, necessitando de ajuda pra comer, pagar as contas… E eu quero trabalhar, preciso trabalhar e tenho capacidade para isso. Mas, bicho, não encontro. Está muito difícil”, respondeu o ator.

“Você acha que tem etarismo no meio artístico?”

“Tem. Agora está bem claro isso. Não tem mais espaço para as pessoas acima de 60 anos. A dramaturgia só quer colocar a turma jovem. Nós, veteranos, não temos mais espaço. E quando temos personagem colocam o velho como se fosse um velho de 30 anos atrás. O velho hoje é mais moderno, quer trabalhar, sentir tesão, paquerar, entendeu? Mas só colocam um vovô que fica trancado em casa, na cadeira de balanço, aguentando a família. Para as pessoas, a única atividade social que o velho pode fazer é ir ao banco.”

“Falta essa sensibilidade aos autores ou a sociedade não quer ver idosos ativos?”

“A sociedade não quer velho saliente. Mexe com o instinto, incomoda. Mas é tão legal ver um velho ativo, que não enche o saco de ninguém. Porque velho vai ao banco pra pagar a conta e pra puxar conversa porque não tem com quem conversar em casa. Aí ouve “lá vem o velho chato”. Eu não quero ficar assim. Não quero ficar “meu mundo caiu da Maysa”. Mas faltam papeis para as pessoas da terceira idade ativas. Outro dia vi na internet um velho dando um amasso numa senhora e pensei “há possibilidade!”. Claro que não vai fazer

 Cirque du Soleil na cama, mas um carinho, um amasso. Velho hoje em dia não fica na cadeira de balanço de pijama. E eu vejo que a sociedade não deixa os velhos fazerem nada. Dentro da sociedade de consumo não é agradável aparecer velho porque idosos só consomem produtos de R$ 1,90”.

“Você fala de toda a sua condição sem vitimismo…” 

“Não! Não quero que tenham pena de mim, quero que me deem oportunidade. Quero esse tipo de caridade: trabalho. Claro que não vou fazer 20 horas como se tivesse 18 anos, mas dá pra fazer 8 horas por dia. Isso eu seguro legal, uso fralda geriátrica, não incomodo ninguém. Sobre a minha saúde eu sei me proteger, me cuidar, mas preciso de trabalho. E ainda por cima, moro sozinho, não tenho ninguém, aí, quando estava muito mal, chamei uma pessoa que não conhecia pra me ajudar, indicação de uma amiga. No fim das contas, levou tudo o que eu tinha. Estou colocando na justiça pra ver se consigo recuperar algo.”  

“Eu não me suicido porque tenho muito carinho pelas pessoas que me ajudaram. Acho que é o mínimo de respeito que preciso ter com quem gosta de mim. Se não… Já cogitei, mas sempre acho que a gente não está aqui pra isso. A gente tem que aguentar. Eu ainda estou pra ser despejado do meu apartamento… mas sempre acreditando que vou ter condições de trabalhar, de pagar minhas contas, conseguir a prisão desse cara. Aí vivo assim, na espera da mudança, de ter um caminho.”

“Parafraseando a famosa pergunta que fizeram a Nelson Rodrigues: que conselho daria aos jovens?” 

“Que vivam, mas que pensem sempre no futuro, na humanidade. E que deixem muito claro as suas críticas, sem medo. É importante dialogar, criticar. Hoje, com essa coisa do politicamente incorreto, a gente não pode falar. É muito chato, desagradável. Vim de uma época da repressão, de ditadura, onde, ainda assim, a gente analisava as coisas, criticava e tinha tempo pra discutir sobre tudo. Hoje é “Oi! Tudo bem, querida”, e vira pro lado porque ninguém quer se comprometer.” 

“O que te faz rir hoje em dia?” 

“A nossa situação. A gente é muito ridículo! Essa nova linguagem, do celular… Essas garotas todas bonitinhas… Tenho vontade de falar: “Filha, vai pegar um tanque de roupa suja”. É uma gentarada bonita por fora e podre por dentro. Não tem nada dentro, uma estátua é muito mais interessante. Acho risível.”

Recentemente o ator chegou a fazer um desabafo em suas redes sociais.

“Gente, peço que parem de falar ou fazer graça com a minha dor. Só eu sei o que eu estou passando. É muito dolorido ver certo tipo de comentários. Espero que ninguém da família de vocês passe por isso, essa fístula que eu tenho. Como isso dói”, lamentou.

O ator passou por uma cirurgia na fístula da uretra há cerca de dois meses. Não é a primeira vez que ele desabafa sobre seus problemas financeiros nas redes sociais.

 

Foto destaque: Marcos Oliveira-Reprodução/Pinterest

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