O jornalismo perdeu nesta terça-feira, 25, um dos grandes nomes do jornalismo comunitário: Susana Naspolini. A repórter da Tv Globo, lutava contra um câncer na bacia desde Março deste ano. Por não obter sucesso no tratamento oral, foi necessário a quimioterapia venosa, o que não impediu da doença se espalhar por outros órgãos, levando Susana a ficar debilitada.
A repórter ganhou notoriedade pelas suas reportagens feitas nas comunidades, mostrando demandas necessárias sempre com muito bom humor e irreverência. A alegria era uma das marcas registradas de Susana, presentes em todas as suas reportagens.
Susana Naspolini (Reprodução/Memória Globo)
Suas pautas sempre eram voltadas na busca por solucionar problemáticas públicas e um de seus grandes diferenciais eram as cobranças efetivas das autoridades. Susana além de mostrar o que seria preciso fazer naquela comunidade, ela cobrava do órgão responsável uma data específica para a efetivação da obra. E na data marcada ainda retomava a pauta no local buscando mostrar se havia de fato sido feito o prometido. Um simbolo bem representativo era seu calendário em papel que ela carregava sempre consigo, para que pudesse anotar literalmente a data que o órgão estava se comprometendo a efetivar o serviço na comunidade.
Em suas matérias, a entrega de Susana era integral, as formas de ilustrar suas reportagens eram de extrema interação com a comunidade.
Em algumas de suas coberturas Susana chegou a andar de bicicleta para mostrar a inviabilidade de trafegar em uma via. Outras vezes apareceu dentro de carrinhos de supermercado, subia em árvores. Não tinha medo de entrar nos locais mais difíceis, seja um córrego cheio de lama ou um matagal.
Tudo em favor de interagir da forma mais íntima com os personagens daquela reportagem e chamar mais atenção para a problemática que o poder público parecia fingir que não existia.
Susana deixa um legado de alegria e espontaneidade dentro do jornalismo comunitário e de interesse público.
Foto destaque: Susana Naspolini. Reprodução/Instagram