Terceira capa da edição impressa da Glamour Brasil tem rosto de Pabllo Vittar

Heloisa Santos Por Heloisa Santos
3 min de leitura

Em um papo muito sincero e com detalhes sobre toda sua trajetória – que se iniciou há mais de 5 anos e já rendeu parcerias nacionais e internacionais incríveis, prêmios e presenças importantes -, Pabllo comenta sobre suas inseguranças e vivências, o lado bom e ruim do sucesso, altos e baixos com os fãs e planos para o futuro.

Confira highlights da entrevista, que pode ser vista na íntegra no site da Glamour Brasil.


Pabllo Vittar. (Reprodução/Glamour/Guilherme Nabhan)


Glamour: Você se lembra como foi se montar pela primeira vez?

Pabllo: Foi no meu aniversário de 18 anos, mas já tinha familiaridade porque assistia ao RuPaul’s Drag Race, meu então namorado me apresentou. Eu sempre gostei do universo feminino, já brincava com maquiagem, porém exibia um visual mais andrógino, mesclava o masculino e o feminino, usava roupas agênero. Percebi nesse universo que as drag queens podiam ser o que quisessem. Gosto de ser múltipla, de interpretar uma persona diferente a cada dia.

Glamour: Como é conviver com duas facetas diferentes, a do Pabllo e a da Pabllo?

Pabllo: O Pabllo desmontado é tímido. Gosto de ficar na minha, me cuidar, estar em dia com a saúde. Já a Pabllo é mais extrovertida, performática. Acho que as pessoas gostam mais dela. Eu gosto de ser o Pabllo, acho que se as duas formas fossem extrovertidas seria too much. Quando estava com uns 20 anos, queria abraçar tudo o que a vida me oferecia. Fazia tudo para tentar ser a melhor pessoa para todos, mas aprendi que nem todo mundo merece, alguns merecem o lado ruim. Não que seja perversa, só aprendi a ser indiferente. Não preciso ser amiga de todos. Parece que querem um pedaço de mim. Eu respeito, mas não deixo isso afetar o meu cotidiano. Aprendi também a dizer “não”. As pessoas acham que dizer “não” é sinal de arrogância, que artista precisa sempre dizer “sim”. Antes disso, eu sou humana: sinto dores, amores… Há dias que não me sinto bem. 

Glamour: Como vê a importância de cuidar da saúde mental neste processo?

Pabllo: É ótimo ter essa preocupação. Posso dizer que a minha saúde mental está em seu melhor estágio. Faço terapia e estou ciente de tudo de bom e de ruim que acontece na minha vida. A saúde mental precisa estar alinhada com o externo; do contrário, não dá certo. Já vimos muitas pessoas queridas pelo público com um fim trágico. Os pensamentos aparecem de forma intrusa, mas, na terapia, consigo verbalizar o que estou sentindo. Às vezes, não é nada demais, mas a mente é que transformou o problema em um seriado com três temporadas. Sei que muitas pessoas não conseguem nem sair da cama, já passei por isso.

Foto destaque: Capa com Pabllo Vittar. Reprodução/Glamour/Guilherme Nabhan

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