Nesta quarta-feira (24), a cantora Tina Turner faleceu aos 83 anos em sua casa na Suíça, onde morava com seu marido, Erwin Bach. Aposentada há quase dez anos da carreira musical, a última aparição pública da artista foi em 2021, através de um vídeo, onde agradece sua inclusão no Rock and Roll of Fame.
“Como vocês podem ver pelo meu sorrisão: estou empolgada de ter sido oficialmente induzida no Rock and Roll Hall of Fame como artista solo. Que honra!“, escreveu Tina em outubro de 2021, posando com sua estatueta.
Além disso, no mesmo ano, ela publicou um vídeo onde promove o documentário “Tina”, produzido pela HBO, que aborda a vida e a trajetória da cantora durante seus 60 anos de carreira. “Estou muito animada para compartilhar este filme com vocês. Ver as cenas do show me fez reviver alguns dos momentos de maior orgulho da minha vida. Eu simplesmente tive que cantar junto e dançar na minha sala de estar”, escreveu ela.
Tina Turner em sua última aparição pública em 2019, na abertura do musical que levava seu nome (Foto: reprodução/Getty Images)
Antes disso, sua última aparição havia sido em 2019, onde participou do lançamento de “Tina – The Tina Turner Musical“, na Broadway, em Nova York. Na ocasião, a cantora foi aplaudida de pé pelo público e pelo elenco, além de ter posado com a atriz Adrienne Warren, que a interpretou no palco.
Quem era Tina Turner?
Nascida na pequena cidade de Nutbush, no estado norte-americano de Tennessee no dia 26 de novembro de 1939, Tina Turner nasceu como Anna Mae Bullock. Quando ainda era criança, ela e sua irmã mais velha, Aillene, foram separadas quando os pais se mudaram para trabalhar em uma fábrica de munições e a pequena Anna teve que morar com seus avós.
Uma noite, ela e sua irmã foram a uma boate para passar a noite, e foi nessa ocasião em que ela conheceu Ike Turner, quando ele e sua banda, a The Kings of Rhythm se apresentaram naquela noite.
Após isso, um dia, durante um intervalo, Anna recebeu o microfone performou aquela noite, e sua apresentação impressionou tanto que ela foi convidada para cantar com a banda. Ela fez sua primeira gravação como cantora de apoio em 1958, mas dois anos depois foi quando teve sua grande oportunidade de se destacar, ao gravar a música chamada “Fool in Love“, escrita por Turner.
Tina Turner e seu, na época, marido, Ike Turner (Foto: Reprodução/Getty Images)
Quando foi lançada, a música atingiu o número 27 nas paradas da Billboard e a sucessora, “It’s Gonna Work Out Fine“, alcançou o top 20, o que rendeu a ela e Turner um Grammy. Nessa época, por sugestão de Ike, Anne resolveu adotar o nome de Tina, e em 1962, os dois se casaram e após isso, ela passou a utilizar também o sobrenome de seu marido, assim, se surgiu o nome Tina Turner.
Na década de 70, seu relacionamento com Ike estava crítico, pois seu parceiro havia se tornado um alcoólatra e usuário de cocaína, e isso misturado a sua atitude abusiva e controladora faz com que ele começasse a agredir Tina fisicamente dentro de casa.
Em 1976, ela conseguiu fugir da casa onde vivia com Ike e enquanto se escondia na casa de amigos, ela processou o companheiro pelo divórcio. Após isso, com a ajuda de um executivo de sua gravadora, ela partiu em uma série de turnês solo que a estabeleceram como uma artista que tinha mérito próprio.
Em 1983, com o sucesso de “Let’s Stay Together“, Tina viu sua carreira renascer, após dois álbuns criados para entrar nas paradas falharam. Mas foi com o lançamento do seu álbum “Private Dancer” que a artista emplacou sete sucessos e lançou uma turnê mundial.
O sucesso continuou na década seguinte, incluindo uma gravação de GoldenEye, a música tema do primeiro filme de James Bond estrelado por Pierce Brosnan.
Aos 61 anos, ela anunciou que estava entrando em uma semi-aposentadoria, e em 2003, compareceu à noite do Kennedy Center Honors, onde estrelas como Oprah Winfrey, Al Green e Beyoncé se juntaram ao presidente George Bush para prestar homenagem.
Tina Turner no começo de 2021 (Foto: Reprodução/Instagram)
Em 2021, Tina vendeu os direitos de seu trabalho para a administração da BMG Rights por mais de $50 milhões (cerca de R$ 250 milhões) e foi incluída no Hall da Fama do Rock ‘n’ Roll.
Foto destaque: Tina Turner em sua casa 2021 com sua estátua após ser induzida ao Rock and Roll of Fame. Reprodução/Instagram/Alberto Venzago