O Círio de Nazaré, em Belém, no Pará, é o maior evento da Igreja Católica no Norte do Brasil e suas festividades atraem mais de 2 milhões de fiéis. A festa foi encerrada neste domingo (8). Entre os visitantes estão diversos famosos, que ajudam a dar maior visibilidade ao evento.
Entre os presentes no Círio deste ano estão Rafa Kalimann, Lúcio Mauro Filho, Dira Paes, Paulo Vieira, Margareth Menezes, entre outros artistas que compareceram às celebrações. As festividades acontecem em homenagem à mãe de Jesus, sob o título de Nossa Senhora de Nazaré.
Fafá de Belém foi responsável pela recepção de diversas celebridades. A cantora paraense foi anfitriã da festa e é devota fiel. Os famosos se reuniram na Varanda de Nazaré para assistir a procissão, que reuniu mais de 1,5 milhões de romeiros e fiéis e iluminou as ruas com milhares de velas.
Paulo Vieira participou da longa procissão, celebrando sua fé em Nossa Senhora de Nazaré, chamada também de Nazinha pelos fiéis. O repórter e apresentador carregou junto aos demais devotos, a tradicional corda do Círio que tem 800 metros de comprimento e é levada junto ao andor da imagem da santa por cerca de 4km.
A festa do Círio de Nazaré é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.
Rafa Kalimann, Nany People e Paulo Vieira no Círio de Nazaré (Foto: reprdução/Aryanne Almeida e Ana Dias)
Origem da devoção
A origem da devoção do Círio de Nazaré data de mais de 200 anos atrás. Segundo os organizadores do evento, a história do Círio começou em 1700, quando a imagem de Nossa Senhora de Nazaré foi encontrada pelo Cabloco Plácido,às margens de um riacho próximo de onde está hoje a Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré.
Com o passar do tempo, a devoção à Virgem aumentou, até que no ano de 1793 a primeira procissão em homenagem à padroeira do Pará foi organizada. Desde então a festa acontece todos os anos e atrai fiéis do Brasil todo.
Fafá de Belém canta no Círio de Nazaré (Foto: reprodução / Aryanne Almeida e Ana Dias)
Origem da corda do Círio
A Corda do Círio foi produzida pela primeira vez em totalmente no estado do Pará. Com 800 metros de comprimento, a corda utilizou mais de 1 tonelada de fibra, tendo sido confeccionada com malva amazônica, cultivada por agricultores de mais de 20 municípios paraenses. Entre 2012 e 2022 a empresa Itacorda, de Itajaí, no estado de Santa Catarina, foi responsável pela produção da corda, símbolo da procissão.
Como símbolo de fé, ao fim da procissão os fiéis levam para casa um pedaço da corda.
O objeto passou a fazer parte da festa do Círio em 1885, quando uma enchente na Baía do Guajará alagou a orla desde próximo ao Ver-o-Peso até as Mercês, bem no momento da procissão. Com o contratempo da natureza, a berlinda ficou atolada e os cavalos não conseguiram puxá-la. Para o seguimento da procissão, os cavalos foram retirados e um comerciante emprestou uma corda para que os fiéis pudessem puxar a berlinda. Após o acontecimento a corda foi incorporada às festividades e passou a ser o elo entre a Virgem e os devotos.
Foto Destaque: Fiéis em torno da berlinda que leva a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré. Reprodução/Paulo Amorim/Sipa USA via Reuters Connect
