Grande ícone da música brasileira e do Axé Music, a cantora baiana Ivete Sangalo disse para o portal IBahia e para o Jornalista Kadu Brandão que sexualidade é um tema presente nas conversas com seus filhos em seu dia-a-dia domiciliar. A entrevista com publicação na data de hoje (16) também traz revelações da artista sobre defender a “liberdade de viver”, que é questão primordial para pessoas inseridas principalmente na sigla LGBTQIAPN+, público cujo qual forma boa parte de sua fã-base.
“Eles perguntam: ‘mãe, como funciona?’ E eu digo: você acha que alguém tem o direito de proibir eu amar seu pai? Eles falam não. Porque diretamente atinge eles no coração. Então, [digo] transfiram isso para todas as pessoas. O direito de amar e de viver o que elas são, de fato” — Ivete para jornalista de portal baiano.
Junho é mês de orgulho!
As falas da cantora são bastante potentes porque esse mês conta com atenção especial no calendário de conscientização para o “Orgulho LGBTQIAPN+“. Durante todo o mês ocorrerão eventos e comemorações que ressaltam a temática abordada pela musa bastante influente na cultura popular brasileira. O tema é importante e o diálogo, como o promovido pela Ivete em sua casa, abre espaço para florescer a consciência sobre o respeito.
Sem medo de retaliações comerciais, Ivete nega temer perder algum contrato por conta de seus posicionamentos. “Eu não sei se a minha presença já não é permissiva mesmo. Por uma postura de vida, isso não é permitido na minha vida (ter medo de perder financeiramente)” — afirmou.
Diálogo sobre sexualidade é fundamental desde cedo
Ivete não se esconde quando o assunto tem a devida abordagem. Sem tabu, como deve ser, a cantora também disse como se dá a aproximação com seus fãs de comunidades diversas: “Eu procuro me aproximar de forma empática e de forma inteligente, consciente da minha existência. Não posso ser uma pessoa alheia, ignorante e superficial, senão não vale a pena” — concluiu ela na fala potente ao portal IBahia.
Assim, o exemplo de pessoas públicas como Ivete Sangalo em falar sobre sexualidade com crianças e adolescentes ajuda a quebrar aquilo que ainda, infelizmente, é um tabu em muitos lares brasileiros. Porém, especialistas alertam: o silêncio pode ser mais prejudicial do que a exposição. Desta forma, abordar o tema desde cedo, com linguagem adequada à idade, ajuda a construir segurança emocional, prevenir abusos e estimular o respeito às diferenças. A conversa franca, com escuta ativa e sem julgamentos, é uma ferramenta essencial para que jovens compreendam seu corpo, seus sentimentos e os limites do outro.
Entretanto, mais do que falar sobre sexo, orientações ligadas a educação sexual deve envolver temas como consentimento, afeto, identidade de gênero e autoestima. Ignorar essas questões abre espaço para desinformação, muitas vezes alimentada por redes sociais ou colegas de mesma idade. Pais, responsáveis e educadores têm papel central nesse processo. E, não precisam saber tudo: procurar apoio de profissionais da saúde e da educação pode ser o primeiro passo para criar um ambiente de confiança e diálogo contínuo na abordagem sobre sexualidade.